Shigeru Ishiba considera demissão após desaire nas eleições
O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, deve anunciar a sua saída do governo, após uma derrota significativa nas eleições para o senado, revelam fontes da imprensa.

O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, está prestes a comunicar a sua demissão em resposta ao resultado negativo nas eleições para o senado, ocorridas no último domingo, segundo reportagens recentes.
Após um acordo comercial com os Estados Unidos, Ishiba compartilhou com membros da sua equipe a intenção de deixar o cargo até ao final de agosto, conforme reportado pelo Mainichi. Entretanto, o Yomiuri antecipa que o anúncio oficial poderá ocorrer ainda antes, no final de julho, sem revelar uma data específica.
Na votação de domingo, a coligação governamental, liderada pelo Partido Liberal Democrático (PLD) conservador de Ishiba, sofreu uma derrota significativa, perdendo a maioria na câmara alta do parlamento. De acordo com a imprensa japonesa, os apelos para que Ishiba deixe a liderança da coligação aumentaram após os resultados.
Aos 68 anos, o primeiro-ministro parece ter aguardado a conclusão do acordo comercial com Washington, visando evitar a imposição de tarifas elevadas a partir de 1 de agosto.
Desde que tomou a liderança do PLD em setembro, após várias tentativas, Ishiba já tinha enfrentado reveses anteriores, pois em outubro a sua coligação perdeu a maioria na câmara baixa do parlamento, tendo sido este o pior desempenho do PLD em 15 anos.
A partir desse momento, a coligação governamental, que inclui o PLD e o Komeito, aliada centrista, viu-se forçada a negociar com partidos da oposição para a aprovação de leis.
Para manter a maioria, Ishiba e Komeito precisavam de conquistar 50 lugares, mas conseguiram apenas 47, resultando numa perda de 19 lugares desde as eleições anteriores.
Esta nova derrota representa uma nova crise para a liderança de Ishiba, tornando a sua coligação minoritária em ambas as câmaras do parlamento, uma situação sem precedentes desde a fundação do PLD em 1955.