Taiwan reafirma soberania ao rejeitar proposta da China
O Presidente William Lai rejeita a ideia de "um país, dois sistemas" da China e defende a autonomia de Taiwan num discurso militar, destacando a força como essencial para a paz.
O Presidente de Taiwan, William Lai, contestou veementemente a proposta chinesa de "um país, dois sistemas", a qual considera inaceitável, durante uma cerimónia militar na base de Hukou, no norte da ilha. Após a intensificação das reivindicações de Pequim sobre Taiwan, Lai instou à defesa contra "anexações, agressões e unificações forçadas".
Na ocasião, o líder taiwanês frisou a importância de fortalecer as capacidades de defesa nacional para assegurar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan. "A verdadeira paz só pode vir da força. A aceitação das exigências dos agressores não é uma opção", afirmou Lai, destacando o compromisso de manter o status quo na região.
Durante a cerimónia de apresentação de novos tanques norte-americanos M1A2T para as Forças Armadas, Lai exortou os soldados a permanecerem firmes e a protegerem o "modo de vida livre e democrático" do povo taiwanês, enfatizando que isso não constitui provocação.
"Reiteramos que a República da China (nome oficial de Taiwan) e a República Popular da China não estão subordinadas uma à outra. A soberania de Taiwan é inviolável e deve ser decidida pelos 23 milhões de cidadãos de Taiwan", reafirmou o Presidente, sublinhando a posição histórica do seu governo.
As declarações de Lai surgem como resposta a recentes artigos na imprensa oficial chinesa que promovem os alegados benefícios da "reunificação" sob a fórmula de "um país, dois sistemas", aplicável em Hong Kong e Macau. Segundo essas fontes, a "reunificação pacífica" respeitaria a autonomia e o modo de vida de Taiwan, desde que se garantissem os interesses da China.
No entanto, o porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan da China, Peng Qing'en, alertou que Pequim nunca abandonará a opção militar. "Estamos abertos a uma reunificação pacífica, mas não renunciaremos ao uso da força", declarou, reafirmando que "um país, dois sistemas" continua a ser a única solução viável para a questão de Taiwan.