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Violência em Cabo Delgado: 18 mortos em 12 incidentes em apenas duas semanas

A província de Cabo Delgado, Moçambique, sofreu 12 ataques violentos entre 13 e 26 de outubro, resultando em 18 mortes de civis, segundo a ACLED.

A organização de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED) divulgou um novo relatório que revela que a província de Cabo Delgado, em Moçambique, registou pelo menos 12 incidentes violentos entre 13 e 26 de outubro, fundamentalmente perpetrados por extremistas associados ao Estado Islâmico.

Desde o início da insurgência armada em Cabo Delgado, em outubro de 2017, foram contabilizados 2.236 eventos violentos, com 2.061 a envolver o grupo conhecido como Estado Islâmico Moçambique (EIM). Os ataques nessa região resultaram em 6.659 fatalities, incluindo as 18 vítimas dos últimos dias.

O relatório indica um aumento preocupante da atividade insurgente, especialmente nos distritos de Montepuez e Muidumbe, onde as forças de segurança têm sido alvo de ataques, resultando em baixas. Os civis nos distritos de Mocímboa da Praia, Muidumbe e Metuge também continuam a ser vítimas da violência dos insurgentes.

As operações do EIM têm sido intensificadas por instabilidades em zonas de mineração, particularmente em Montepuez. A ACLED alertou ainda para o “risco contínuo” que paira sobre as comunidades de pescadores, expostas tanto a ataques insurgentes quanto a operações das autoridades contra os grupos terroristas.

Em um caso notável, registou-se uma emboscada a agentes da polícia no dia 21 de outubro, que resultou na morte de um policial. O ataque foi confirmada pelas autoridades e causou um clima de pânico nas aldeias circundantes, levando alguns residentes a abandonarem as suas casas.

Adicionalmente, consta no relatório que, em 22 de outubro, cinco pescadores foram capturados e decapitados nas proximidades da Lagoa Nguri, cujos corpos foram encontrados no dia seguinte. Em resposta, no dia 26 de outubro, as Forças de Defesa e Segurança realizaram um bombardeamento na área, visando posições insurgentes.

Desde finais de setembro, quase 93 mil pessoas foram forçadas a deixar Cabo Delgado e Nampula devido ao aumento dos ataques, o que duplicou o número de deslocados em poucos dias, conforme dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, classificou os actos de violência como “bárbaros” e contrários à “dignidade humana” em declarações feitas a 6 de outubro.

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