Wall Street encerra semana em alta impulsionada por perspetivas de cortes nas taxas de juro

A sessão de hoje na bolsa nova-iorquina foi marcada por um encorajamento geral, com os investidores a reagirem positivamente a expectativas de um eventual corte nas taxas de juro pela Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed).

Os resultados finais do dia revelam que o índice Dow Jones Industrial Average subiu 0,47%, enquanto o tecnológico Nasdaq avançou 0,98%. O S&P 500, que abrange uma maior variedade de ações, registou um aumento de 0,78%. O índice Nasdaq alcançou no entanto um novo pico pelo segundo dia consecutive, fixando-se em 21.450,02 pontos.

Segundo Angelo Kourkafas, da consultora financeira Edward Jones, "o novo fator que ajudou os mercados a recuperar e a atenuar as perdas da semana anterior foi a estabilidade nas taxas de juro, bem como as perspetivas de um reinício dos cortes de juros pela Fed."

A análise da empresa CME revela que a maioria dos analistas antecipa um corte nas taxas em 0,25 pontos percentuais na próxima reunião de política monetária, marcada para setembro. O abrandamento do mercado de trabalho, evidenciado pela revisão em baixa nos últimos dados de criação de emprego, pode contribuir para essa descida, tal como defendido pelo Presidente Donald Trump.

Para incentivar a criação de emprego, a Fed poderá adotar uma abordagem mais acomodatícia no que diz respeito às taxas de juro, especialmente em face das iminentes mudanças na sua liderança.

Após a recente demissão da governadora Adriana Kugler, Trump anunciou a nomeação interina de Stephen Miran, um conselheiro económico, para o seu lugar. Esta nomeação ainda carece de confirmação pelo Senado, que é maioritariamente republicano. O presidente atual da Fed, Jerome Powell, que tem sido crítico quanto a cortes nas taxas, verá o seu mandato chegar ao fim na próxima primavera.

O governador Christopher Waller, que se posicionou a favor de um corte na taxa na última reunião do FOMC da Fed em julho, surge como um dos principais candidatos à liderança, de acordo com informações da Bloomberg.

Angelo Kourkafas acrescenta que a divulgação de um importante índice de inflação (IPC) na próxima semana "será um determinante essencial para confirmar ou contestar a expectativa de uma política monetária menos restritiva."

Por outro lado, o mercado norte-americano mostrou-se resiliente durante uma semana marcada pela introdução de novas tarifas sobre importações de vários países. No entanto, Gregory Daco, economista da EY, destaca que muitos investidores parecem estar ignorando o contexto econômico atual, que está a revelar forças que podem comprometer o crescimento da economia.

A época de resultados corporativos tem-se revelado positiva, tanto em termos de lucros como de previsões, sugerindo que o impacto das tarifas não está a ser tão severo como se previa. Mesmo face ao anúncio de uma nova tarifa de 25% sobre produtos indianos, bem como à já existente, o mercado parece manter uma estabilização.