Câmara de Lisboa descarta construção de mesquita na Mouraria
A coligação PSD/CDS-PP na Câmara de Lisboa reafirma a recusa em erguer uma mesquita na Mouraria, buscando solução para expropriações na Rua do Benformoso.

A liderança da coligação PSD/CDS-PP na Câmara Municipal de Lisboa reiterou, durante uma reunião da Assembleia Municipal, que não irá avançar com a construção de uma mesquita nem com o projeto da Praça da Mouraria, aprovado em 2012. A vereadora do Urbanismo, Joana Almeida, destacou que o foco da câmara está em encontrar uma "solução definitiva" para as expropriações de imóveis na Rua do Benformoso.
"Não se construirá a mesquita. Não se construirá a Praça da Mouraria", afirmou Almeida, numa resposta ao deputado do PS, Rui Paulo Figueiredo, que questionou se a liderança iria revogar as deliberações anteriores sobre o projeto, considerando que a posição política atual reflete uma evolução dos partidos à direita do PS.
O tema foi recentemente debatido na Assembleia Municipal, onde se recomendou a construção da mesquita, com os votos contra da coligação de direita. Em relação a isso, Joana Almeida esclareceu que não existe atualmente nenhum projeto em discussão no departamento de Urbanismo. A câmara está a concentrar esforços num novo projeto para a Avenida Almirante Reis e para a Praça do Martim Moniz.
O vice-presidente da câmara, Filipe Anacoreta Correia, comentou que o processo em torno da Praça da Mouraria é "tortuoso" e começou em 2009. Embora tenha havido um protocolo com o Centro Islâmico do Bangladesh, ele sublinhou que nenhuma deliberação foi aprovada para que este fosse cumprido.
Numa nova intervenção, a deputada da IL, Angélique da Teresa, criticou a expropriação e a proposta de construção da mesquita, defendendo que tal ação levaria à criação de guetos. A autarca retomou o compromisso de não erguer a mesquita e expressou que aguarda a decisão judicial relacionada com as expropriações antes de avançar com uma solução.