Críticas à Presença de Moedas no 'Benfica District' Levantam Questões sobre Imparcialidade

A reunião da Câmara Municipal de Lisboa foi marcada por intensas críticas por parte dos vereadores da oposição, incluindo representantes do PS, PCP, Livre, BE e Cidadãos Por Lisboa, que qualificaram como "inadmissível" a presença do presidente Carlos Moedas (PSD) na apresentação do projeto urbanístico 'Benfica District'. Este evento, realizado na terça-feira, levantou preocupações sobre a imparcialidade e a transparência do presidente, a poucos meses das eleições autárquicas.

O projeto 'Benfica District', que tem como objetivo expandir a capacidade do Estádio da Luz, foi apresentado por Rui Costa, presidente do Benfica e candidato à sua reeleição. Em resposta a essas acusações, o gabinete de Moedas afirmou que a sua participação fez parte do seu compromisso em marcar presença em diversos projetos que visam o desenvolvimento da cidade.

Segundo a mesma fonte, a apresentação teve vários representantes, incluindo membros do Governo, e não deveria ser interpretada como um apoio às candidaturas em curso pelo Benfica. Além disso, foi sublinhado que Moedas não integrará quaisquer comissões de honra para candidatos de clubes de futebol, ao contrário de administrações anteriores.

A vereadora do Urbanismo, Joana Almeida, mencionou que ainda não foi apresentado qualquer processo formal para a execução do 'Benfica District'. A vereação do PS criticou duramente a presença de Moedas, considerando-a um "aproveitamento político inadmissível", com o vereador Pedro Anastácio a declarar que o presidente estava a utilizar a apresentação como uma plataforma de autopromoção.

O PCP descreveu a presença de Moedas como uma "lamentável manobra eleitoralista", alertando para a necessidade de manter a isenção dos serviços públicos. O vereador Rui Tavares (Livre) também levantou questões sobre a conformidade do projeto com o Plano Diretor Municipal (PDM), citando uma resposta do vice-presidente da câmara que indicou que o 'Benfica District' ainda era uma ideia em fase conceptual.

Por fim, o Bloco de Esquerda expressou preocupações sobre a imparcialidade do processo urbanístico em Lisboa, demandando a verificação da conformidade do projeto com os requisitos legais. Os Cidadãos Por Lisboa reiteraram que Moedas não deveria anunciar publicamente apoio a um empreendimento que exige uma análise rigorosa e imparcial, questionando se este apoio não se deveria ao seu papel como candidato nas eleições autárquicas.