Críticas de Bruxelas ao Conflito em Gaza: Apelo à Imposição de Sanções a Israel
A vice-presidente da Comissão Europeia critica as ações israelitas em Gaza, sugerindo que se aproximam da definição de genocídio e pede sanções da UE contra Telavive.

A vice-presidente da Comissão Europeia, Teresa Ribera, afirmou hoje que as ações de Israel na Faixa de Gaza "se não são genocídio, assemelham-se muito a um", apelando aos Estados-membros da União Europeia para que venham a considerar a imposição de sanções contra Telavive.
Durante declarações ao POLITICO, Ribera, que representa a posição do governo espanhol liderado pelo socialista Pedro Sánchez, criticou fortemente as práticas israelitas, afirmando que estas transgridem as normas do direito internacional. A responsável sublinhou a necessidade urgente de um consenso na UE para aplicar um regime de sanções.
Recentemente, a Comissão Europeia fez uma proposta para a exclusão parcial de Israel de um programa de financiamento destinado a empresas tecnológicas, devido ao potencial financiamento da invasão à Faixa de Gaza por parte de algumas dessas empresas.
No entanto, cresce a insatisfação entre diferentes vozes que exigem um maior envolvimento da Comissão Europeia para proteger a população palestiniana, que enfrenta uma ofensiva devastadora que leva à morte de numerosos civis devido a circunstâncias de bloqueio humanitário. A alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, havia, há algumas semanas, afirmado que tinha alcançado um entendimento com Israel para facilitar a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza.
Contudo, Israel continua a recusar o acesso de representantes da União Europeia ao território, o que deixa os 27 Estados-membros dependentes de informações de fontes externas, como as Nações Unidas e organizações não-governamentais. Bruxelas advertiu que o não cumprimento do entendimento sobre a entrada de ajuda humanitária, que prevê a passagem de 160 camiões e 200.000 litros de combustível diários, poderá resultar em sanções mais severas, embora os detalhes das medidas ainda não estejam claros.
Hoje, em conferência de imprensa, a porta-voz Anna-Kaisa Itkonen reiterou que "houve progressos parciais", mas não especificou quais são esses avanços, limitando-se a afirmar que, apesar dos mesmos, ainda são insuficientes para atender às necessidades da população palestiniana, que enfrenta uma grave crise humanitária, agravada desde o início da ofensiva em 7 de outubro de 2023, quando a média de ajuda humanitária que entrava em Gaza era de 500 camiões por dia.
Apesar da insistência dos jornalistas, as autoridades da Comissão Europeia não revelaram números sobre a quantidade de ajuda que atualmente é entregue diariamente em Gaza.