Greve dos Sapadores Bombeiros de Lisboa começa a 17 de novembro
Os Sapadores Bombeiros de Lisboa entrarão em greve a partir de 17 de novembro, exigindo melhorias nas condições de trabalho e esclarecimentos sobre protocolos com a Câmara Municipal.
A partir de 17 de novembro, os bombeiros do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSBL) irão iniciar uma greve, em resposta a "problemas persistentes nas condições de trabalho" e assegurando apenas a prestação de serviços mínimos, conforme anunciado esta manhã.
O presidente do Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (SNBP), Sérgio Carvalho, afirmou que a paralisação "não terá fim até que haja um encontro com o presidente da Câmara Municipal de Lisboa". Segundo Carvalho, o "comandante do Regimento é plenamente consciente das situações existentes", referindo que a gestão do efetivo apresenta falhas graves, com a falta de planeamento a ser notória.
Os novos elementos integrados na corporação na quinta-feira apenas dispõem de capacetes de recruta, evidenciando a falta de equipamento essencial, uma vez que o RSBL não disponibilizou capacetes novos. "Nos últimos dois anos, os bombeiros em formação que agora estão em funções apenas receberam três fardas e carecem de casacos para o frio, fatos para a chuva e coletes para a manipulação de ambulâncias", denunciou.
As razões para a greve incluem não só a "escassez de efetivos" e a falta de viaturas adequadamente equipadas, mas também as "condições inadequadas" das instalações. Sérgio Carvalho lembrou que os Sapadores têm estado em regime de prevenção para o heliporto do Hospital de Santa Maria, 24 horas por dia, mas não existe um protocolo claro estabelecido entre o RSBL, a Câmara Municipal de Lisboa e o hospital.
"Dezoito homens de três quartéis estão a prestar este serviço sem saber quais as compensações que a autarquia recebe. Em outras partes do país, esse mesmo serviço é remunerado com valores elevados", destacou o responsável, reforçando que "a Câmara e o RSBL não podem prestar serviços de prevenção gratuitamente ao Ministério da Saúde".
Durante a greve, os serviços mínimos assegurando socorro à população estarão garantidos, mas serviços de prevenção, vistorias e limpezas de pavimentos serão afetados. "Apenas serão realizados socorros com veículos devidamente guarnecidos; os restantes não são contabilizados para este efeito", explicou o SNBP.
A formação profissional continuará apenas para os cursos de promoção dos bombeiros. O SNBP indica que já foram apresentadas as queixas ao RSBL, com promessas de resolução que não foram cumpridas, levando assim à decisão de avançar com um pré-aviso de greve que se renovará mensalmente.
O sindicalista ainda lembrou que, nos últimos quatro anos, a autarquia transferiu 8 milhões de euros para o Regimento, sem ter recusado nenhum pedido, mas que a falta de bens essenciais continua a ser preocupante. "A má gestão e a desorganização no interior do serviço são responsáveis por atrasos na aquisição de fardas, equipamentos e na melhoria das condições de habitabilidade para todos os bombeiros", criticou.
A problemática da avaliação interna do regime também foi abordada, com muitos bombeiros a só tomarem conhecimento dos objetivos de avaliação para 2025 em outubro, quando o ano já se aproxima do fim.