Guterres apela à preservação do legado de Nelson Mandela em tempos de crises
O secretário-geral da ONU, António Guterres, sublinha a importância de proteger o legado de Mandela, especialmente face a desafios globais como conflitos e desigualdades.
No âmbito do Dia Internacional Nelson Mandela, celebrado a 18 de julho, o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou a importância da responsabilidade coletiva na preservação do legado deixado pelo ícone sul-africano. Em declarações proferidas em Nova Iorque, Guterres recordou que Mandela enfrentou com coragem a opressão, emergindo não com rancor, mas com uma mensagem de reconciliação, unidade e paz.
“É nossa responsabilidade salvaguardar o legado de 'Madiba'. Devemos continuar o nosso empenho em promover a paz, a justiça e a dignidade humana. Uma das grandes lições que podemos retirar da vida de Mandela é que o poder não deve ser visto como uma propriedade pessoal, mas como uma oportunidade para elevar os outros”, afirmou Guterres.
No seu discurso, o ex-primeiro-ministro português também lembrou que as Nações Unidas celebram este ano o seu 80.º aniversário, reiterando que a mensagem de transformação e reconciliação de Mandela continua a ser uma fonte de inspiração para a organização. Guterres alertou ainda que, actualmente, os direitos humanos e a dignidade estão sob ameaça globalmente, não apenas devido a conflitos, mas também por causa de desigualdades sistémicas, exclusão social e crises climáticas.
Diante deste cenário, Guterres apelou a que este seja o momento para renovar o compromisso com os valores fundamentais da ONU, que também representavam os ideais de Mandela: “Liberdade, Justiça, Direitos iguais, Solidariedade, Reconciliação e Paz”.
O secretário-geral parabenizou ainda Brenda Reynolds, assistente social canadiana, e Kennedy Odede, ativista comunitário queniano, pelo prémio Mandela 2025, reconhecimento pelo seu trabalho em prol da comunidade.
A data de 18 de julho foi escolhida pela Assembleia-Geral da ONU para honrar o nascimento de Nelson Mandela, que ocorreu em 1918. Depois de passar 27 anos na prisão pela sua luta contra o apartheid, Mandela foi eleito presidente da África do Sul e galardoado com o Prémio Nobel da Paz em 1993.