Hungria processa Ryanair por práticas comerciais alegadamente enganosas
O Gabinete húngaro para a Concorrência iniciou um processo contra a Ryanair, acusando-a de induzir os passageiros em erro e usar pressão psicológica durante as compras online de bilhetes.

O Gabinete para a Concorrência Económica (GVH) da Hungria anunciou a abertura de um processo contra a Ryanair, acusando a companhia aérea de conduzir práticas comerciais desleais. Segundo a entidade, existem indícios de que a empresa poderá estar a induzir os consumidores em erro e a exercer pressão psicológica, particularmente durante o processo de compra de bilhetes online.
Em comunicado, o GVH referiu que a Ryanair fornece informações "confusas" sobre vários aspetos da aquisição de bilhetes, especialmente no que diz respeito à necessidade de aquisição de serviços adicionais para bilhetes de ida e volta ou para vários passageiros. A falta de clareza sobre estes elementos é vista como uma potencial violação das normas de protecção ao consumidor.
Além disso, a forma como os preços dos serviços adicionais são apresentados no site da Ryanair poderá ser considerada uma prática enganosa, pois incentiva decisões de compra que, de outra forma, poderiam não ser tomadas pelos consumidores. O GVH também destacou o uso de janelas 'pop-up' e mensagens que aparecem durante o processo de compra, que podem restringir a liberdade de escolha dos clientes.
É importante notar que a abertura deste processo não implica, necessariamente, que a Ryanair tenha cometido uma infração, sendo que uma possível coima ainda não foi especificada.
Nos últimos anos, o GVH tem registado um aumento significativo de queixas relacionadas com as práticas comerciais das companhias aéreas. Em agosto de 2022, a Ryanair já havia sido multada em 764 mil euros, após o Gabinete de Defesa do Consumidor ter determinado que a transportadora enganou os consumidores ao aumentar os preços dos bilhetes em resposta a um imposto extraordinário sobre as grandes empresas.
Michael O'Leary, presidente da Ryanair, criticou o imposto, classificando-o de "roubo" e de "idiotice", e dirigiu críticas ao ex-ministro do Desenvolvimento Económico, Márton Nagy.
Atualmente, a Ryanair opera em Budapeste, oferecendo voos para 68 destinos europeus, incluindo cidades como Lisboa, Porto e Faro.