Incêndio em Arganil atinge Oliveira do Hospital e autarca alerta para situação crítica

O incêndio que teve início em Arganil e se propagou para Oliveira do Hospital, situado no distrito de Coimbra, ainda não está sob controlo, levando o presidente da Câmara, Francisco Rolo, a antecipar uma noite de vigilância intensa.

A situação é particularmente preocupante na encosta entre o Colcurinho e Chão do Sobral, onde residem mais de 100 pessoas. Algumas delas, sobretudo os mais idosos, foram evacuadas como medida de precaução.

"Iremos passar uma noite alerta e de muito trabalho", referiu Rolo. "O fogo tem descido lentamente por uma área acentuada, com vegetação densa e de difícil acesso", acrescentou.

O autarca também mencionou que as mudanças na direção do vento apresentam um "fator de risco significativo", pois ora favorecem o avanço das chamas em direção a Chão do Sobral, ora abrandam a sua progressão.

As equipas de bombeiros estão empenhadas em controlar o incêndio e utilizam maquinaria pesada para criar aceiros que impeçam o fogo de descer mais. "É crucial que o fogo não transponha a estrada existente, pois a situação complicaria muito", advertiu.

Francisco Rolo criticou a falta de intervenção de meios aéreos, que, na sua opinião, poderiam ter mitigado o problema com algumas descargas durante a tarde. "Estamos a lidar com uma área de regeneração natural desde os incêndios de 2017, e se não atuarmos rapidamente, as casas poderão estar em risco", afirmou.

Na aldeia de Gramaça, os habitantes enfrentaram momentos preocupantes, embora não tenham ocorrido danos pessoais ou em edifícios. A situação foi agravada pelo 'efeito chaminé', que fez o fogo avançar rapidamente pela localidade, resultando em danos em alguns arrumos agrícolas e quintais.

O incêndio, que começou às 05h00 na freguesia do Piódão, também alastrou ao município de Seia, na Guarda. Às 21:02, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil reportava a mobilização de 859 operacionais, 272 viaturas e um meio aéreo a combater as chamas.