Investigação em Nazaré sobre eventuais actos de sabotagem nas condutas de saneamento

A Câmara Municipal da Nazaré iniciou uma investigação sobre a possível sabotagem da conduta de saneamento, que resultou na interdição da praia a banhos. Manuel Sequeira, presidente da Câmara, revelou à agência Lusa que a análise das circunstâncias em torno do entupimento da conduta é a prioridade neste momento.

“Não podemos descartar a hipótese de sabotagem, dado o conjunto de fatores que estamos a avaliar. A situação é preocupante e existem comportamentos estranhos a ser observados”, afirmou Sequeira, referindo-se ao entupimento ocorrido junto à Praça Manuel Arriaga, que causou a escorrência de efluentes durante aproximadamente uma hora e meia.

No entanto, o autarca sublinhou que é imperativo realizar um “grande investimento” nas condutas, que já possuem 50 a 60 anos, e que não correspondem à pressão turística intensa que a Nazaré enfrenta durante o verão.

Manuel Sequeira também alertou para o comportamento inadequado da população, que muitas vezes coloca materiais não apropriados nas condutas, como panos de cozinha e toalhitas, causando ainda mais entupimentos.

Atualmente, as autoridades estão a realizar uma limpeza na conduta problemática, mas a resolução deste tipo de situações requer um investimento significativo. Em 2020, já tinha ocorrido um incidente semelhante na parte Norte do sistema.

Este é o segundo aviso de interdição a banhos na praia desde o início do mês. A primeira interdição aconteceu a 1 de agosto, resultante de uma descarga nos esgotos pluviais, que levou 116 pessoas a receberem assistência da Unidade Local de Saúde com sintomas relacionados com a contaminação. Esta vez, porém, não há registo de sintomas entre os banhistas.

O Bloco de Esquerda (BE) também se pronunciou sobre a situação, alertando para o risco que representa a antiga conduta de esgoto, que deveria já ter sido desactivada. O BE exige a suspensão imediata da antiga conduta e melhorias urgentes no sistema de esgotos da Nazaré para evitar que situações similares voltem a ocorrer.

A segurança pública deve ser a prioridade, com a autarquia a ter de actuar rapidamente para assegurar a saúde da população e a reputação turística da região.