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Investigação levada a cabo na sede da União Nacional em Paris

A polícia francesa realizou buscas na sede do partido de extrema-direita, apreendendo documentos relacionados com campanhas eleitorais, após condenações e inquéritos em curso.

há 3 horas
Investigação levada a cabo na sede da União Nacional em Paris

A polícia francesa efetuou esta manhã uma operação na sede da União Nacional (RN) em Paris, onde foram apreendidos documentos e registos contabilísticos, de acordo com o líder do partido, Jordan Bardella.

Bardella, que assumiu a presidência em 2022, revelou na rede social X que as autoridades levaram "todos os arquivos relacionados com as recentes campanhas regionais, presidenciais, legislativas e europeias do partido".

Com cerca de 20 agentes da brigada financeira envolvidos, as buscas dirigiram-se também para "os gabinetes dos dirigentes", segundo o eurodeputado.

O líder do RN descreveu a operação como uma "perseguição", sublinhando que "todos os e-mails, documentos e elementos contabilísticos do principal partido da oposição em França estão a ser confiscados, sem que se conheçam, nesta fase, as queixas subjacentes".

A operação teve início às 8h50 (hora local) e Bardella criticou a "invasão", considerando-a um "ato de assédio" que compromete o pluralismo e a mudança democráticano país.

Esta ação pela polícia segue-se à condenação da ex-líder do partido, Marine Le Pen, em abril, por peculato, onde ela e outros 24 dirigentes foram acusados de utilizar verbas destinadas a assessores da União Europeia para pagar pessoal do partido entre 2004 e 2016, em violação das normas europeias.

Adicionalmente, o Ministério Público francês abriu, em julho de 2024, um inquérito sobre empréstimos privados ao RN, após uma denúncia da Comissão Nacional de Contas de Campanha e Financiamento Político (CNCCFP), que revelou que o RN foi o partido que mais recorreu a este tipo de financiamentos.

Até ao final de 2023, o RN acumulava mais de 20 milhões de euros em empréstimos pendentes a particulares, e o presidente da CNCCFP alertou que é vital que esses empréstimos sejam reembolsados para evitar que se tornem doações disfarçadas, o que infringe o código eleitoral.

Até ao momento, o Ministério Público não prestou declarações acerca da operação.

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