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Investimento polémico do CEO do Spotify gera protestos artísticos

Daniel Ek, cofundador do Spotify, investe 700 milhões de euros na empresa militar alemã Helsing, levando a protestos de artistas que retiram a sua música da plataforma.

02/07/2025 09:40
Investimento polémico do CEO do Spotify gera protestos artísticos

Daniel Ek, o cofundador e CEO do Spotify, tem estado no centro de uma controvérsia após o anúncio do seu investimento de 600 milhões de euros na empresa alemã Helsing, especializada em sistemas de defesa baseados em Inteligência Artificial (IA). Este investimento eleva o montante total que Ek já canalizou para a Helsing, para aproximadamente 700 milhões de euros, após um aporte de 100 milhões de euros em 2021, ano em que ambas as entidades foram fundadas.

O software da Helsing utiliza IA para analisar cenários em tempo real no campo de batalha, e a empresa revelou que os fundos obtidos nesta mais recente ronda de investimento servirão para acelerar o desenvolvimento de novos produtos e a sua expansão pela Europa. A Helsing já firmou contratos com várias nações, incluindo França e Alemanha.

O envolvimento de Daniel Ek com a Helsing tem gerado reações desfavoráveis entre alguns artistas, que decidiram retirar os seus catálogos do Spotify como forma de protesto. A banda Deerhoof, de ‘indie-rock’, anunciou através do seu Instagram que estava a remover as suas músicas da plataforma, afirmando: “Não queremos que a nossa música mate pessoas”.

Outros músicos, como a australiana Leah Senior e Hugh F, também expressaram a sua indignação. Senior partilhou um vídeo explicativo nas redes sociais, onde sublinhou que a sua decisão teve o apoio da sua editora. “Não quero que a minha música contribua para tecnologias que permitam a opressão e destruição do nosso planeta”, disse a artista.

Hugh F acrescentou: “A Helsing, apelidada de ‘empresa de defesa de IA’, está a desenvolver ferramentas para exércitos em zonas de guerra. O seu investimento no Spotify leva-me a questionar a minha participação nesta plataforma, que pouco remunera os artistas e agora parece financiar a guerra.”

Esta onda de protesto não se limita apenas aos artistas; editoras como a neerlandesa Kalahari Oyster Cult também se manifestaram. A editora anunciou no Instagram que decidiu retirar todo o seu catálogo do Spotify, afirmando: “Não podemos permitir que a nossa música beneficie uma plataforma que é suportada por quem investe em ferramentas de guerra e violência.”

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