Israel autoriza saída de civis da Faixa de Gaza, mas exclui cessar-fogo
Benjamin Netanyahu anunciou que civis da Faixa de Gaza poderão deixar o território, mas afastou a possibilidade de um cessar-fogo com o Hamas, enfatizando a necessidade de segurança.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, revelou que os habitantes da Faixa de Gaza que desejarem deixar o território palestiniano para o estrangeiro poderão fazê-lo. Esta declaração foi feita durante uma entrevista ao canal de televisão i24 News, na qual Netanyahu também rejeitou quaisquer propostas de cessar-fogo com o grupo islamita Hamas.
Ao ser questionado sobre a provável evacuação de civis, Netanyahu comparou a situação em Gaza com outros conflitos mundiais, apontando que “isso acontece em todos os conflitos”, e sublinhou que, apesar das dificuldades impostas pelo bloqueio israelita e o temor da recusa de países vizinhos em acolher os refugiados, é importante oferecer a oportunidade de saída aos civis. “Na Síria, milhões partiram... e por que não permitir que os civis em Gaza tenham a mesma oportunidade?” questionou.
Embora não tenha entrado em detalhes específicos, o primeiro-ministro destacou que está em contacto com várias nações que poderiam servir de acolhimento. “É fundamental que as nações que afirmam preocupar-se com os palestinianos também abram as suas portas”, acrescentou.
A situação em Gaza continua a agravar-se, com o Exército israelita a iniciar uma nova fase de operações militares. Após 22 meses de combates, um plano de ocupação da Cidade de Gaza foi aprovado, o que levará à deslocação de centenas de milhares de habitantes e à intensificação das forças militares em áreas de refugiados.
No mesmo contexto, Netanyahu reiterou que o objetivo de Israel é recuperar os cerca de 50 reféns mantidos pelo Hamas, muitos dos quais se acredita que estão vivos. O primeiro-ministro excluiu categoricamente qualquer possibilidade de cessar-fogo de 60 dias, afirmando que “tentar negociar já provou ser infrutífero.”
O conflito, que começou com os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, resultou na morte de cerca de 1.200 israelitas e deixou a Faixa de Gaza em uma situação devastadora, com mais de 61 mil mortos e uma crise humanitária alarmante, conforme relatórios da ONU.
A ONU alertou para uma "fome generalizada" na região, solicitando ajuda humanitária urgente e descrevendo a situação como uma “catástrofe inimaginável”, um alerta que Israel tem contestado.