Lucros da Iberdrola diminuem 13%, mas a empresa prepara crescimento robusto

A Iberdrola registou um resultado líquido de 3.562,2 milhões de euros até junho, o que representa uma queda de 13,8% em comparação ao ano anterior, impulsionada por mais-valias obtidas com a venda de ativos no México.

De acordo com os dados apresentados à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV), se se excluírem os ganhos de capital relacionados com a alienação de ativos térmicos no México, a previsão é de que o resultado líquido cresça 20% em 2024.

A empresa também divulgou planos para um aumento de 5.000 milhões de euros em capital, com o intuito de financiar os seus investimentos e potenciar a expansão das suas redes elétricas nos Estados Unidos e no Reino Unido.

A Iberdrola espera que esta movimentação traga um impacto positivo no lucro por ação, permitindo um aumento no volume investido em redes. A previsão é que a base de ativos de rede da empresa supere os 90 mil milhões de euros até 2031, comparado aos 30 mil milhões de euros registrados em 2020.

No primeiro semestre do ano, os investimentos da Iberdrola aumentaram 7%, alcançando um total de 5.661,7 milhões de euros, com mais de 60% desse montante direcionado para os Estados Unidos e Reino Unido. Ao longo dos últimos 12 meses, a empresa atingiu um total de 17,3 mil milhões de euros em investimentos, estabelecendo um novo recorde.

No que diz respeito às áreas de negócio, a Iberdrola alocou mais de 54% do seu total de investimentos em redes elétricas, acumulando 3.082 milhões de euros até ao final do primeiro semestre, o que representa uma subida de 14% em relação ao mesmo período do ano passado.

Quanto ao sector das energias renováveis, a empresa investiu 2.155,2 milhões de euros até junho, uma ligeira queda de 1% quando comparado ao final de junho de 2024, com 60% dos recursos aplicados nos EUA e Reino Unido e 40% focados na energia eólica 'offshore'.

Os projetos eólicos 'offshore' continuam a ser desenvolvidos com a construção de centrais nos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha. O resultado operacional da Iberdrola no primeiro semestre de 2025 foi de 8.286,9 milhões de euros, uma descida de 13,8% face ao ano anterior.

A empresa observou que o crescimento nos Estados Unidos e noutros países da Europa ajudou a mitigar a queda de 12% no EBITDA da Iberdrola Espanha.

A dívida líquida consolidada reduziu-se em 3.000 milhões de euros, totalizando 52,7 mil milhões de euros, em comparação com os 55,7 mil milhões de euros registados no trimestre anterior.

Prevê-se que o resultado líquido ajustado da empresa cresça a dois dígitos em 2024, impulsionado pelos negócios internacionais focados maioritariamente em redes, juntamente com investimentos seletivos em energias renováveis e forte saúde financeira.

Este crescimento é suportado por um aumento de mais de 10% nos ativos regulados, impulsionados por um ambiente regulatório favorável nos EUA, Reino Unido e Brasil, além da integração da ENW.

A Iberdrola planeia colocar quase 1.400 megawatts (MW) em operação no segundo semestre e, nos últimos 12 meses, assinou contratos de compra de energia (PPAs) totalizando 4,7 TWh. Nos seus reservatórios hidroelétricos, a empresa mantém níveis recorde, com 9 TWh disponíveis, otimizando assim a capacidade de armazenamento.

Relativamente ao mercado norte-americano, a Iberdrola assegurou que não será impactada pelas novas regulamentações.

Em termos de remuneração aos acionistas, o dividendo definido é de 0,645 euros, com um pagamento de 0,409 euros agendado para o dia 24 de julho.

Mais detalhes sobre o plano estratégico da empresa serão divulgados a 24 de setembro em Londres.