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Macron exige postura assertiva da França face à Argélia

O presidente Emmanuel Macron clamou por uma postura mais firme em relação à Argélia, criticando a detenção de cidadãos franceses e a rigidez nas questões migratórias.

06/08/2025 21:50
Macron exige postura assertiva da França face à Argélia

Emmanuel Macron, presidente da França, manifestou a necessidade de uma abordagem mais assertiva em relação à Argélia, que se tem revelado inflexível, especialmente no que diz respeito a questões migratórias e à recente detenção de dois cidadãos franceses, que a França considera arbitrária.

A relação entre Paris e Argel encontra-se num estado de crise diplomática sem precedentes, perdurando já por mais de um ano, período durante o qual ambos os países expulsaram diplomatas e retiraram os seus embaixadores, além de imporem restrições sobre vistos diplomáticos.

Na sua comunicação ao primeiro-ministro François Bayrou, publicada no jornal Le Figaro, Macron sublinhou que “a França deve ser forte e impor respeito”, acrescentando que “só obterá isso dos seus parceiros se demonstrar o respeito que exige a si própria”. Esta lógica, segundo o presidente, aplica-se também à Argélia.

Assim, o chefe de Estado francês pediu o congelamento de um acordo de isenção de vistos para passaportes oficiais e diplomáticos. Além disso, solicitou que o governo francês passe a recusar a emissão de vistos de curta duração para detentores de passaportes de serviço e diplomáticos, bem como vistos de longa duração para todos os solicitantes.

Para evitar que os diplomatas argelinos entrem na França através de outros países, Macron pediu uma colaboração estreita com os parceiros da área Schengen.

O presidente francês instou ainda as nações europeias a seguirem uma abordagem semelhante e a não se aproveitarem do agravar das relações entre a França e a Argélia para estabelecer contatos mais próximos com Argel. Neste contexto, a Itália destaca-se, com a primeira-ministra Giorgia Meloni a reunir-se com o presidente argelino Tebboune em 24 de julho último para discutir acordos estratégicos.

Macron mencionou ainda a dureza do regime argelino, citando casos como o do escritor franco-argelino Boualem Sansal, condenado a cinco anos de prisão por “minar a unidade nacional”, e do jornalista francês Christophe Gleizes, que enfrenta uma pena de sete anos na Argélia por “apologia do terrorismo”. Paris classifica ambas as condenações como arbitrárias e pede a sua libertação.

Apesar da situação tensa, Macron reafirmou o seu compromisso em restabelecer relações eficazes e ambiciosas entre a França e a Argélia.

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