País

Médicos da Maternidade Bissaya Barreto Declaram Escusas de Responsabilidade em Faces de Sobrecarga

Dezasseis médicos da maternidade Bissaya Barreto em Coimbra entregaram escusas de responsabilidade, alertando para a deterioração das condições de trabalho e o consequente risco de erros clínicos.

07/08/2025 09:12
Médicos da Maternidade Bissaya Barreto Declaram Escusas de Responsabilidade em Faces de Sobrecarga

Um total de dezasseis médicos que exercem funções na maternidade Bissaya Barreto, situada em Coimbra, formalizaram escusas de responsabilidade devido a condições de trabalho insatisfatórias, conforme revelou a Federação Nacional dos Médicos (FNAM). Neste comunicado, a FNAM enfatiza a deterioração inaceitável das condições laborais e a comprometedora qualidade dos cuidados prestados a grávidas, parturientes e puérperas na região.

A FNAM sublinha que, numa situação marcada por carências estruturais e organizativas, a repetida suspensão do Serviço de Urgência de Obstetrícia nas unidades de Leiria e Aveiro durante o verão, sem o correspondente reforço de equipas na ULS de Coimbra, tem levado a uma pressão insustentável sobre os profissionais da Bissaya Barreto.

"Esta sobrecarga coloca em risco a segurança dos atos médicos, aumentando a probabilidade de erros clínicos que podem ter consequências dramáticas", alerta a federação.

Os médicos indicam que enfrentam uma falta quase diária de disponibilidade para internamento de grávidas de risco, além de transferências frequentes e desnecessárias entre os serviços de urgência, o que acarreta riscos clínicos adicionais. Destacam também que a maioria dos utentes é encaminhada pela linha SNS 24 para o Serviço de Obstetrícia B, complicando ainda mais a situação de sobrecarga, e que muitas vezes as utentes são inscritas sem confirmação prévia de vagas, resultando em atrasos e transferências.

Além disso, os profissionais informam que as grávidas e puérperas são frequentemente transportadas pelo INEM para o Serviço de Obstetrícia B sem o devido contacto prévio, desrespeitando as orientações em vigor.

A FNAM enviou uma carta ao Conselho de Administração da ULS de Coimbra, solicitando que, à luz das escusas de responsabilidade e das queixas apresentadas, sejam adotadas com urgência medidas concretas para resolver os problemas identificados.

A federação responsabiliza o primeiro-ministro, Luís Montenegro, pela degradação enfrentada no Serviço Nacional de Saúde, reiterando que o risco mais grave é a ameaça real à vida de mulheres e recém-nascidos em todo o país.

#SaúdeEMáEstado #GravidezSegura #MédicosEmAlerta