Moçambique aposta em energia para todos até 2030

O presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, declarou hoje em Maputo que o país está comprometido em assegurar o acesso universal à energia até 2030. Esta meta fará parte de uma estratégia abrangente que inclui o desenvolvimento do mercado energético, a industrialização e a captação de investimentos.

Segundo Chapo, a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) será uma das pilares fundamentais, juntamente com o projeto da nova barragem de Mphanda Nkuwa. A nova central hidrelétrica contará com uma capacidade de produção de 1.500 MegaWatts (MW). Para garantir a distribuição eficaz da eletricidade, será construída uma linha de transporte de alta tensão que se estenderá entre Tete e Maputo, com uma extensão entre 1.350 a 1.400 quilómetros.

Desde 2018, o acesso à eletricidade em Moçambique aumentou de 31% para 62% da população, com mais de 400 mil novas ligações realizadas anualmente nos últimos dois anos. Chapo sublinhou a importância dos acordos regionais e internacionais, como a iniciativa Missão 300, do Banco Mundial e do Banco Africano de Desenvolvimento, que visa fornecer eletricidade a 300 milhões de africanos até 2030.

Em parceria com a Africa50, Moçambique está a desenvolver transações inovadoras focadas em energia e digitalização, que irão impulsionar o emprego e o crescimento sustentável na região da SADC. África50, uma entidade criada para atender à lacuna de financiamento de infraestruturas no continente, conta com 37 acionistas, incluindo Moçambique.

No decorrer da assembleia-geral da Africa50, foram assinados acordos para financiar a construção de três linhas de transporte de eletricidade com capacidade de 840 KV, bem como um centro de dados na capital. Joaquim Henriques Ou-chim, presidente do conselho da Electricidade de Moçambique, revelou que uma das linhas vai ligar o distrito de Metoro, em Cabo Delgado, ao distrito de Marrupa, no Niassa, com uma capacidade de 220 KV.

A segunda linha estender-se-á de Chumuarra, na Zambézia, a Inhaminga, em Sofala, com uma capacidade de 400 KV, enquanto a terceira linha, também com 220 KV, conectará Metoro a Namialo, em Nampula.