Moçambique busca parcerias com o sector privado russo para exploração de recursos naturais
A ministra dos Negócios Estrangeiros moçambicana anunciou o interesse de atrair empresas russas para a exploração de gás e petróleo, reforçando laços económicos entre os dois países.

A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Maria Santos Lucas, expressou hoje, após uma reunião em Moscovo com o seu homólogo russo, Sergey Lavrov, o desejo de promover a participação do sector privado russo na exploração de gás e petróleo em Moçambique.
"As nossas relações político-diplomáticas são muito boas e as interações partidárias e interparlamentares são excelentes", afirmou a ministra durante uma conferência de imprensa, destacando o trabalho conjunto para fortalecer os laços económicos e comerciais.
Maria Santos Lucas sublinhou a importância de trazer empresas russas para o país, especialmente para a província de Cabo Delgado, uma área rica em gás, mas que enfrenta desafios devido à atividade terrorista desde 2017. "Graças ao apoio do ministro Lavrov, pudemos reunir-nos com algumas empresas russas do setor", acrescentou.
A governante referiu que as empresas atualmente presentes em Moçambique incluem a ExxonMobil, Total e Galp, mas reiterou a necessidade de diversificar os parceiros económicos na área do gás.
Em relação à segurança em Cabo Delgado, a ministra agradeceu à Rússia pelo apoio na formação de quadros militares moçambicanos. "A Rússia tem sido um aliado fundamental, contribuindo para a segurança no norte do país", afirmou.
Maria Santos Lucas também comentou a situação na Ucrânia, destacando a resiliência do povo russo e a necessidade de uma rápida resolução do conflito, devido aos seus impactos sobre o acesso a cereais e fertilizantes em África.
Sobre as reparações históricas e a luta pela independência económica de África, a ministra enfatizou que o continente deve ter liberdade para transformar e comercializar sua riqueza. Ela criticou a extração de recursos sem acrescentar valor local, afirmando que é necessário "trazer de volta as nossas artes e monumentos para nos sentirmos africanos".
Celebrando os 50 anos de relações diplomáticas entre Moçambique e a Rússia, a ministra recordou a importância histórica da cooperação bilateral desde a luta pela independência.