Protestos em Banguecoque clamam pela saída da primeira-ministra suspensa
Na Tailândia, manifestantes exigem a demissão da primeira-ministra suspensa pelo tribunal, enquanto a tensão aumenta após conflitos fronteiriços com o Camboja.

Hoje, Banguecoque foi palco de uma robusta manifestação que exigiu a demissão da primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra, atualmente suspensa por decisão judicial. A manifestação ocorreu no Monumento da Vitória, onde os participantes, desafiando o calor intenso, uniram-se em canções patrióticas e ouviram discursos que criticavam tanto Paetongtarn como seu pai, o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra. O apoio ao exército foi um tema central, especialmente após os recentes conflitos fronteiriços com o Camboja, que resultaram em mais de 30 mortes e mais de 260.000 deslocados.
A polícia estimou que cerca de dois mil manifestantes estavam presentes à tarde, com predições de que esse número aumentasse à medida que o dia avançasse. Moradores locais responsabilizaram a família Shinawatra pela intensificação do conflito, que já perdura há décadas, devido à sua proximidade com o líder cambojano Hun Sen.
Recentemente, Paetongtarn foi suspensa de funções após uma conversa telefónica divulgada por Hun Sen, onde a primeira-ministra parecia desrespeitar um general tailandês, provocando a ira de muitos no país.
Os protestos relataram novamente a tensão entre os que apoiam a monarquia e a família Shinawatra, com manifestantes como Jittakorn Bussaba, um colunista conservador, a apelarem pela saída de “Ung Ing”, dizendo: “Morreram pessoas por vossa causa”. Outro manifestante, Kittiwat, de 75 anos, afirmou estar ali para “ajudar a derrubar o governo e proteger a soberania tailandesa”.
A maioria dos manifestantes pertence a grupos conservadores conhecidos como “Camisas Amarelas”, que já foram protagonistas na derrubada do governo de Yingluck Shinawatra, irmã de Thaksin, num golpe militar em 2014. Thaksin, um bilionário que ingressou na política, foi frequentemente criticado pela sua gestão e por misturar interesses empresariais com os governamentais.
O exército tailandês tem uma história de intervenções políticas, tendo liderado 13 golpes de estado desde a transição para uma monarquia constitucional em 1932.