República Checa defende encontro entre Petr Pavel e Dalai Lama diante de críticas chinesas
O Governo checo respondeu às críticas da China após o encontro de Petr Pavel com o Dalai Lama, afirmando que não permitirá que Pequim dite normas sobre as suas relações diplomáticas.

O Governo checo expressou hoje a sua posição em relação às críticas emitidas pela China, após o Presidente Petr Pavel ter encontrado o Dalai Lama em um encontro privado. Rejeitando qualquer ingerência externa, o primeiro vice-primeiro-ministro e Ministro da Saúde, Vlastimil Valek, destacou nas suas redes sociais que "não estamos interessados em que os camaradas chineses nos digam onde os representantes checos podem ou não ir".
A reunião, que teve lugar em julho em Leh, na região de Jammu e Caxemira, foi a primeira vez que um chefe de Estado checo em funções se reuniu com o líder espiritual tibetano, um ato que gerou tensões com Pequim. O governo chinês anunciou, por sua vez, que teria cortado relações oficiais com o presidente checo, alegando que a visita contradiz compromissos políticos e viola a soberania chinesa.
Jan Lipavsky, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da República Checa, reforçou que a viagem de Pavel à Índia foi de caráter privado, sublinhando a necessidade de o governo chinês respeitar esse facto. O porta-voz do governo checo também minimizou a importância da retaliação chinesa, afirmando que "neste momento, não existe comunicação direta a nível presidencial entre a República Checa e a China".
Durante o encontro, Pavel reiterou o seu apoio ao conceito de "caminho do meio" proposto pelo Dalai Lama, que visa a autonomia cultural e religiosa do Tibete, sem buscar a independência. O presidente do Governo tibetano no exílio, Penpa Tsering, classificou a posição checa como um "marco histórico" no apoio à causa tibetana.
O Dalai Lama vive na Índia desde 1959, e, ao longo dos anos, tem enfrentado acusações de separatismo por parte de Pequim, que não reconhece o Governo tibetano no exílio e insiste que o Tibete faz parte integrante da China.