Simulação de sismo em Sagres reaviva memórias do terramoto de 1755
O Centro de Alerta de Tsunamis de Portugal simulou um grande sismo em Sagres, evocando o devastador terramoto de 1755, demonstrando a capacidade de resposta e monitorização perante este fenómeno natural.
 
          
          
        No âmbito das commorações dos 270 anos do tremor de terra que afectou Lisboa, o Centro de Alerta de Tsunamis de Portugal, localizado no Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), realizou uma simulação de um sismo de magnitude 8,5, semelhante ao de 1755, ao largo do cabo de São Vicente, em Sagres.
Fernando Carrilho, responsável pela divisão de Geofísica do IPMA, conduziu a simulação, explicando o protocolo de acompanhamento que seria seguido na actualidade. Assim que um sismo é detectado, a Proteção Civil é alertada, iniciando o ciclo de comunicação com as autoridades nacionais para que possam informar o público através de mensagens e sirenes.
No exercício simulado, os técnicos monitorizaram o evento sísmico, calcularam a magnitude e a potencial geração de um tsunami, e identificaram as áreas costeiras mais vulneráveis e o tempo estimado para a chegada da primeira onda, que, neste caso, demorou 50 minutos a atingir a costa, afectando Sagres e Porto Santo.
Esse processo culmina na necessidade de um segundo alerta, uma vez que a chegada da onda implica novas medidas de segurança para a população. Após a ocorrência do tsunami, a situação é monitorizada de perto durante as 24 horas seguintes, mesmo após a diminuição da onda.
Estabelecido em 2017 e reconhecido pela Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO em 2019, o Centro de Alerta de Tsunamis de Portugal opera numa lógica constante de vigilância, com equipas a trabalhar 24 horas por dia, pois é impossível prever sismos, mas essencial avisar a população rapidamente, conforme enfatiza Telmo de Carvalho, vogal do Conselho Diretivo do IPMA.
O sistema de monitorização é composto por estações sísmicas em terra e marégrafos instalados ao longo da costa, estando em conexão com uma rede internacional de alerta, para garantir uma resposta eficaz em caso de emergências.