Suspeitas de Envolvimento Russo em Ciberataque aos Tribunais Federais dos EUA
Um ataque cibernético ao sistema de arquivo dos tribunais federais dos EUA levanta a suspeita de envolvimento da Rússia. Investigações indicam ligações que expuseram documentos confidenciais.
A Rússia poderá estar ligada a um ataque cibernético recente ao sistema de arquivo que gere os documentos dos tribunais federais norte-americanos, conforme reportado pelo New York Times, que se baseia em informações de várias fontes bem posicionadas sobre o incidente.
O jornal norte-americano revela que os investigadores têm encontrado indícios que conectam o país a esta violação de segurança, que deu acesso a registos extremamente reservados, os quais podem conter detalhes sensíveis sobre fontes e indivíduos envolvidos em crimes contra a segurança nacional. Contudo, não está claro se há outros países envolvidos na operação.
As investigações iniciais indicam que algumas das pesquisas realizadas durante o ataque incluíram casos criminais na cidade de Nova Iorque e outras jurisdições, com algumas vítimas a terem sobrenomes de origem russa e do Leste Europeu, conforme reportado pelo New York Times.
Em um documento interno, os administradores do sistema judicial alertaram que "agentes cibernéticos persistentes e sofisticados comprometeram recentemente registos sigilosos", aconselhando a remoção urgente de documentos altamente confidenciais.
Na semana passada, as autoridades judiciais dos EUA anunciaram a implementação de medidas adicionais para reforçar a segurança da rede, sem, no entanto, esclarecer a origem do ataque ou quais arquivos foram afetados.
O sistema em questão já tinha sido alvo de um hack em 2021. O ataque mais recente foi reportado na semana anterior, como adiantou o Politico.
As revelações sobre o envolvimento da Rússia surgem a pouco dias de uma importante reunião entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, marcada para 15 de agosto no Alasca, com o intuito de discutir o conflito na Ucrânia que a Rússia deu início.
Este será o primeiro encontro cara a cara entre os dois líderes desde junho de 2019, no Japão. Desde então, Vladimir Putin não visitou o território americano, tendo feito a sua última aparição em 2015, durante a presidência de Barack Obama.
A Casa Branca tem demonstrado ceticismo quanto a um possível acordo entre Trump e Putin, considerando a reunião como um "pedido" por parte do presidente russo, definindo-a como um "exercício de escuta" para Trump.