Trancoso respira fundo após incêndio devastador

Amílcar Salvador, o presidente da Câmara Municipal de Trancoso, partilhou com a agência Lusa que, após "momentos complicados" enfrentados hoje, a situação no concelho, onde um incêndio florestal está ativo desde sábado, está agora "mais calma".

O autarca referiu que a Serra do Pisco foi a área mais afetada, com habitações em risco nas localidades de Venda do Cepo, Montes, Vila Novinha e Rio de Mel. Contudo, as operações de combate às chamas têm sido eficazes e as chamas estão a ser controladas.

Embora a situação tenha melhorado, Amílcar Salvador destacou que alguns reacendimentos ocorreram durante a tarde em Mendo Gordo e Torre de Terrenho, mas que foram "rapidamente dominados". "Neste momento, a atenção dos operacionais está voltada para Vila Novinha", acrescentou.

O incêndio já se estendeu para o concelho vizinho de Aguiar da Beira, afetando as áreas de Carapito, Eiriz, Sequeiros e Gradiz. O autarca afirmou que é impossível prever a conclusão do incêndio, dado que as condições meteorológicas, com ventos que chegaram a atingir os 74 quilómetros por hora, podem mudar rapidamente.

"Houve momentos em que o fogo avançou um quilómetro na hora, o que é alarmante", sublinhou. O incêndio, que teve início no sábado, já consumiu cerca de 14.000 hectares, segundo o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).

O EFFIS relatou que a área ardida, resultante do incêndio em Trancoso e que se alastrou a Fornos de Algodres, Aguiar da Beira e Celorico da Beira, totaliza 13.741 hectares. Em Portugal, desde o início do ano, arderam 63.247 hectares, com metade desse total a ocorrer nas últimas três semanas, um número nove vezes superior ao do ano passado para o mesmo período e o segundo maior desde 2017.

Atualmente, o país encontra-se sob estado de alerta devido ao elevado risco de incêndios florestais desde 2 de agosto.