Trump propõe ampliar controle policial em Washington por mais dois meses
O Presidente dos EUA deseja avançar com o controlo do policiamento em Washington DC por mais 60 dias, argumentando que os 30 dias iniciais são insuficientes para combater o crime.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que enviará uma proposta ao Capitólio com o intuito de prolongar o controle sobre o Departamento de Polícia Metropolitana (MPD) da cidade, que assumiu na passada segunda-feira através de uma Declaração de Emergência Nacional.
Durante um evento no Kennedy Center, Trump expressou confiança de que a maioria republicana no Congresso aprovará sem obstáculos o alargamento do prazo, e voltou a criticar os democratas, acusando-os de inércia na luta contra o crime na capital.
Diferente dos demais 50 Estados, o distrito de Washington DC possui uma relação única com o governo federal, resultando numa limitação da sua autonomia.
A Guarda Nacional começou a ser mobilizada nas ruas da capital na terça-feira, enquanto os diálogos entre a autarca local e a procuradora-geral Pam Bondi se focavam no desenvolvimento de uma estratégia eficaz para a luta contra a criminalidade.
Hoje, Trump revelou que o governo federal colaborou com a autarquia, liderada por Muriel Bowser, ao longo dos últimos seis meses. No entanto, afirmou que os números oficiais da criminalidade indicam uma situação de deterioração, alegando que os dados foram manipulados pelas autoridades locais.
Contrariando as declarações do Presidente, a polícia de Washington reportou uma diminuição de 26% nos crimes violentos nos primeiros seis meses de 2025 em comparação com o ano anterior, incluindo uma queda de 12% nos homicídios.
De acordo com a Casa Branca, durante as primeiras 24 horas da intervenção federal, foram realizadas 23 detenções por diversos crimes, com 850 agentes federais ativos em várias áreas da cidade.
Para reforçar a segurança durante a noite, Trump ordenou o envio de efetivos do FBI e do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE).
O líder da minoria democrata na Câmara de Representantes, Hakeem Jeffries, criticou a medida, questionando a credibilidade de Trump em questões de lei e ordem, e sublinhando que os homicídios em Washington estão nos níveis mais baixos das últimas três décadas.
Trump também alertou que esta iniciativa poderá ser replicada em outras cidades com administrações democratas, como Nova Iorque, Chicago e Los Angeles, onde já havia mobilizado a Guarda Nacional em junho, desafiando a oposição do governador Gavin Newsom em resposta a protestos relativos a detenções de imigrantes.