Ursula von der Leyen reforça colaboração com EUA para acordo comercial

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que está a colaborar de forma intensa com a administração dos Estados Unidos no sentido de progredir nas negociações para um acordo comercial. Durante um debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, destacou a expectativa da União Europeia (UE) em que as negociações avancem em espírito de "boa-fé".

"A nossa posição tem sido clara: seremos firmes, mas a nossa preferência recai sobre uma solução negociada. É por isso que estamos em estreita colaboração com os Estados Unidos para conseguir um acordo", declarou Von der Leyen. A líder europeia mencionou que teve uma conversa produtiva com o Presidente norte-americano, Donald Trump, no início da semana para facilitar o processo de negociação.

Estas declarações surgem num contexto em que os Estados Unidos parecem ter estabelecido um prazo informal para a conclusão de um acordo comercial com a UE, visando evitar a implementação de tarifas punitivas que poderiam variar entre 20% a 50% sobre produtos europeus. "A mensagem que quero passar é muito clara: defendemos os nossos princípios, asseguramos os nossos interesses e estamos empenhados em negociações de boa-fé, preparando-nos para todos os cenários", acrescentou.

Desde fevereiro, os EUA aplicaram tarifas sobre 70% do comércio da UE com o território norte-americano. Von der Leyen reafirmou que a Comissão Europeia está a "trabalhar incessantemente para encontrar uma solução", destacando que as tarifas são prejudiciais para o sector empresarial, uma posição partilhada por outros actores no mercado.

Ela ainda realçou os esforços da UE em estabelecer novos acordos comerciais, que já incluem parcerias com o Mercosul, o México e a Suíça, e mencionou a ambição de concluir um acordo com a Índia até ao final deste ano. "O mundo está à procura de parceiros em quem possa confiar, e a Europa é esse parceiro", afirmou com convicção.

Recentemente, os Estados Unidos anunciaram que as tarifas recíprocas sobre importações, que haviam sido suspensas até 9 de julho, entrarão em vigor a partir de 1 de agosto. Contudo, fontes da UE indicaram que ainda não houve uma comunicação oficial clara sobre qualquer adiamento por parte dos EUA.