Cultura

A nova aventura de Astérix ganha tradução em mirandês em 2026

O aguardado álbum 'Astérix na Lusitânia', dos autores Fabcaro e Didier Conrad, será lançado em mirandês em fevereiro de 2026, alargando o universo do herói gaulês a novas culturas.

O célebre álbum de banda desenhada 'Astérix na Lusitânia', criado pelos autores franceses Fabcaro e Didier Conrad, será disponibilizado em língua mirandesa em fevereiro de 2026, conforme anunciado pela editora Asa.

Intitulado 'Asterix na Lhusitánia', este livro junta-se a outras obras da série já traduzidas para o mirandês, como 'La Spadanha Branca' (2024), 'Asterix an Eitália' (2017) e 'Asterix l Goulés' (2005).

A ideia inicial de traduzir as aventuras do icónico gaulês surgiu em 2001, no contexto das comemorações dos 40 anos do personagem criado por René Goscinny e Albert Uderzo.

O mirandês, uma língua oficial em Portugal, é um idioma com uma transmissão predominantemente oral e, embora o número de falantes seja incerto, é considerado uma língua ameaçada, originária da chamada Terra de Miranda.

Na edição anterior, 'La Spadanha Branca' ('O Lírio Branco'), o tradutor Carlos Ferreira comentou que as traduções são cuidadosamente feitas: "A transposição dos textos para o mirandês exige uma atenção especial ao universo de Astérix, que é muito enraizado na cultura gaulesa e na sociedade francesa contemporânea".

Ele também frisou que, sendo o mirandês uma língua minoritária, é essencial que as traduções preservem a qualidade, exigindo rigor e uma cuidadosa explicação dos regionalismos aos autores.

'Astérix na Lusitânia', lançado mundialmente no dia 23, representa o 41.º volume de uma coleção renomada que continua a ser desenvolvida por Fabcaro (argumento) e Didier Conrad (ilustração).

Durante uma entrevista à agência Lusa em Paris, Fabcaro descreveu o projeto como uma homenagem à rica cultura lusitana e à profunda saudade do povo português, reminiscente das suas experiências em concertos de fado em Portugal.

Numa das suas visitas a Portugal, Fabcaro teve a ideia de situar a nova história dos dois gauleses num ambiente português, desejando que o álbum proporcionasse uma verdadeira imersão na cultura local após já terem explorado mais de 15 países.

Ele expressou o desejo de criar um álbum que evocasse férias num país ensolarado e vibrante, levando à escolha de Portugal como cenário ideal.

Apesar da falta de conhecimentos acerca da história romana em Portugal, uma pesquisa aprofundada, incluindo a história de Viriato e a produção do garum, proporcionou inspiração para a nova aventura, imbuída do sentimento de saudade que é um traço distintivo da identidade portuguesa.

O álbum integra ainda referências a elementos da cultura portuguesa, como o fado, o bacalhau, a calçada, os azulejos e o vinho, mantendo o humor característico dos personagens, com a expectativa de que agradem especialmente aos leitores portugueses.

Produzido ao longo de um ano e meio, Didier Conrad esforçou-se por respeitar o estilo de Uderzo, evoluindo com as ilustrações e novas personagens que habitam as paisagens portuguesas.

'Astérix na Lusitânia', com uma tiragem global de cinco milhões de cópias, teve uma edição inicial em Portugal com 80.000 exemplares, e foi apresentado oficialmente em Lisboa pelos autores na passada segunda-feira.

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