Apreensão de Arsenal Explosivo na Venezuela: Governo Acusa Oposição e EUA
O governo venezuelano informou sobre a apreensão de um arsenal explosivo em Monágas, associando o incidente a um plano terrorista orquestrado pela oposição e pelos EUA.

No sábado, o ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, revelou a detenção de um extenso arsenal explosivo em Monágas, uma área localizada a cerca de 550 quilómetros a leste de Caracas. Durante uma transmissão na televisão estatal, Cabello afirmaram que esse material foi recolhido de dois armazéns e que estava destinado a um plano que visava a população, acusando diretamente a oposição, liderada por Maria Corina Machado, e os Estados Unidos.
"É crucial informar os venezuelanos sobre a gravidade e os riscos associados a este arsenal. Os responsáveis por esta situação estão diretamente ligados à senhora Machado. Nada acontece por acaso; é tudo parte da estratégia do imperialismo norte-americano contra a Venezuela", enfatizou o ministro.
Entre os itens confiscados estavam 1.137 caixas de cargas ocas (com 54.000 unidades modulares), 35 rolos de cordão detonante, 125 detonadores elétricos e não elétricos, além de diversos explosivos e dispositivos para detonação remota.
Na quinta-feira, Cabello já havia anunciado que as forças de segurança frustaram um ataque com explosivos na capital, resultando na detenção de 15 indivíduos supostamente ligados a grupos extremistas. O ministro indicou que este ataque foi planejado para ocorrer no dia 3 de agosto, às 11:32 locais, na movimentada Plaza Venezuela.
"Capturámos os 15 principais envolvidos", afirmou Cabello, descrevendo como o Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) conseguiu intervir e reter material que associou a uma célula opositora, designada por unidades clandestinas. Além disso, acrescentou que a investigação revelou ligações a atividades relacionadas com o narcotráfico.
O arsenal foi descoberto após a oposição ter apelado à organização clandestina dos cidadãos, motivada pelo primeiro aniversário da controversa eleição presidencial de 28 de julho de 2024, onde Nicolás Maduro foi reeleito. A oposição, que continua a contestar a legitimidade do processo, afirma que o candidato apoiado por Maria Corina Machado teria ganho mais de 70% dos votos.
"O roubo do mandato popular assinalou o início de uma nova fase na nossa luta: mais desafiadora, mais arriscada, mas igualmente decidida", declarou Edmundo González Urrutia, em um comunicado nas redes sociais. Ele referiu ainda que a resistência de Maria Corina Machado na clandestinidade é vital para preservar os avanços já alcançados pela oposição.
González Urrutia afirmou, no seu vídeo, que a luta atual vai além de uma mera disputa partidária; trata-se de uma luta entre cidadãos que exigem liberdade e um regime que se mantém através da força. A arrebatadora chamada para a organização clandestina surgiu como uma necessidade de se preparar para a ação cívica quando o momento certo surgir.