Cultura

Cinemateca Portuguesa Explora o "Cinema Livre" de Artistas Plásticos

A partir de novembro, a Cinemateca em Lisboa realiza um ciclo que destaca o contributo de artistas plásticos para o cinema, com obras de nomeados como Ana Hatherly e Julião Sarmento.

A Cinemateca Portuguesa, localizada em Lisboa, lança em novembro um ciclo dedicado ao "cinema livre", focando-se em artistas plásticos que diversificaram a sua prática para incluir o cinema, entre os quais se destacam Ana Hatherly, Lourdes Castro e Julião Sarmento.

Segundo a Cinemateca, este espaço artístico e cinematográfico vai prolongar-se até 2026. O ciclo é fruto de um "trabalho continuado de prospeção, conservação e digitalização", realizado ao longo dos últimos anos.

Esta iniciativa visa "interrogar as origens do cinema experimental em Portugal", tendo como protagonistas artistas plásticos que utilizaram a linguagem fílmica como uma extensão da sua criatividade artística.

O programa promete apresentar um "cinema livre", frequentemente ligado às experiências diárias dos realizadores que trabalhavam com câmaras pequenas, manifestando-se em documentários ou formatos diarísticos, com narrativas diversas. A Cinemateca exemplifica que os trabalhos podem capturar encontros entre amigos ou documentar exposições e performances, realçando a interligação entre arte e vida.

O ciclo intitulado "Cinema Experimental Português: O Cinema dos Artistas, anos 60 e 70" inicia-se na próxima quarta-feira, dia 5 de novembro, com a exibição de filmes curtos do artista Carlos Calvet (1928-2014), filmados em 8mm e Super8, destacando-se a obra 'Momentos na vida do poeta' (1964), que homenageia Mário Cesariny.

Além disso, estão previstas sessões dedicadas a filmes de Ana Hatherly (1929-2015), incluindo 'Revolução' (1975), que mostra os murais e graffiti das ruas de Lisboa após o 25 de Abril de 1974; assim como obras de Julião Sarmento (1948-2021), Lourdes Castro (1930-2022), Noronha da Costa (1942-2020), António Palolo (1946-2000) e Helena Almeida (1934-2018).

No dia 19, o artista e poeta Silvestre Pestana (1949), conhecido pela sua abordagem vanguardista nos anos 1970 e 1980 em Portugal, fará uma apresentação especial da sua sessão. A Cinemateca destaca que Pestana desenvolveu desde os finais dos anos 60 uma obra única, cruzando diversas disciplinas e utilizando o vídeo como uma forma de expressão poética e performativa, refletida nas suas vídeo-poemas e em criações contemporâneas com outras tecnologias.

Para mais informações sobre a programação deste ciclo, os interessados podem consultar a página oficial da Cinemateca Portuguesa.

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