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Comandante do Exército israelita enfatiza a importância da unificação em meio a críticas governamentais

Eyal Zamir sublinha que a unidade entre o Governo e as forças armadas é crucial para o êxito da campanha em Gaza, enquanto expressa reservas sobre a ocupação do território palestiniano.

há 3 horas
Comandante do Exército israelita enfatiza a importância da unificação em meio a críticas governamentais

O chefe das forças armadas de Israel, Eyal Zamir, reiterou hoje que a eficácia na guerra na Faixa de Gaza está intrinsecamente ligada à unidade entre o Governo e o Exército. Durante uma cerimónia em celebração aos Colégios Militares israelitas, ele destacou a importância da relação entre as instituições políticas e militares, especialmente em tempos de guerra.

“A confiança mútua e a colaboração total são essenciais para garantir o sucesso”, afirmou Zamir, acrescentando que a vitória no campo de batalha requer não apenas poder militar, mas uma forte coesão entre as instituições envolvidas. “É vital para assegurar uma vitória decisiva e a resiliência do Estado no futuro”, completou.

De acordo com fontes de informação locais, o comandante expressou críticas ao plano governamental de ocupação da Cidade de Gaza, que inclui a deportação de centenas de milhares de pessoas. Zamir manifestou preocupação com o bem-estar dos cerca de 20 reféns que se acredita estarem nas mãos de milícias palestinianas, alertando que a estratégia poderia colocar suas vidas em risco.

Apesar das suas reservas, o comandante anunciou que o Exército está a finalizar os preparativos para intensificar a operação militar, com o objetivo de desmantelar as capacidades do Hamas, tanto na esfera governamental quanto militar. “A campanha só terminará quando garantirmos a nossa segurança e o nosso futuro”, destacou.

Na quarta-feira, o Exército israelita deu luz verde a um novo plano operacional para a Faixa de Gaza, numa altura em que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu apresentou a estratégia do governo, a qual gerou intensas críticas tanto internas quanto internacionais.

Conforme declarado pelo primeiro-ministro, o plano consiste em desarmar o Hamas, libertar todos os reféns israelitas, desmilitarizar a Faixa de Gaza, assumir o controle total da segurança e criar uma administração civil que não inclua a Autoridade Palestiniana.

A ofensiva israelita se intensifica em um momento em que mediadores internacionais, como Estados Unidos, Egito e Qatar, tentam reabrir diálogos para um cessar-fogo. Uma delegação do Hamas está em contato com as autoridades egípcias, enquanto o diretor do Mossad chegou a Doha, apesar das declarações de Netanyahu de que não há mais o que negociar.

“Acho que já perdemos essa oportunidade. Fizemos tentativas, mas acabaram por se revelar infrutíferas”, comentou o primeiro-ministro, referindo-se a negociações anteriores.

A administração do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem pressionado pela reabertura do diálogo em parceria com o Egito e o Qatar. A ONU alertou que a Faixa de Gaza enfrenta uma “fome generalizada”, e pediu a entrada urgente de assistência humanitária para evitar uma “catástrofe inimaginável”.

O conflito no enclave teve início com os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, resultando na morte de cerca de 1.200 pessoas em Israel e aproximadamente 250 indivíduos como reféns. Em retaliação, Israel lançou uma vasta ofensiva militar que, até ao momento, deixou mais de 61 mil mortos e destruiu praticamente todas as infraestruturas da região, forçando centenas de milhares a deixar suas casas.

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