Comissão do Congresso dos EUA solicita documentos sobre o caso Epstein
A Câmara dos Representantes intimou o Departamento de Justiça a entregar os arquivos da investigação do caso Epstein, sugerindo potenciais ligações a figuras políticas.

A comissão de supervisão da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos requeriu hoje ao Departamento de Justiça que forneça os documentos relativos à investigação de tráfico sexual de menores envolvido com o consultor financeiro Jeffrey Epstein, que faleceu em 2019.
As intimações foram emitidas no contexto de uma investigação que visa explorar possíveis conexões entre Epstein e o atual Presidente Donald Trump, além de outros ex-altos responsáveis do governo. Sob o controlo republicano, a comissão também chamou o ex-presidente Bill Clinton, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton e oito antigos altos funcionários da Justiça para que prestem testemunho.
A ação da comissão demonstra que, mesmo durante a pausa dos congressistas, a busca por esclarecimentos sobre o caso Epstein permanece intensa. Trump negou ter qualquer conhecimento dos crimes de Epstein e tentou minimizar a decisão do Departamento de Justiça de não divulgar um relatório completo.
Membros de ambos os principais partidos na câmara baixa, assim como muitos apoiantes republicanos, continuam a insistir na importância do tema. Desde o suicídio de Epstein, enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual em Nova Iorque, surgiram teorias de conspiração sobre a extensão da informação que os investigadores poderiam ter sobre ele e possíveis outros implicados.
A comissão republicana manifestou apoio a essa linha de investigação, emitindo intimações para os Clinton e exigindo registros de comunicações entre o governo democrata liderado por Joe Biden e o Departamento de Justiça sobre o caso Epstein.
Além disso, a comissão está à procura de depoimentos sob juramento dos ex-procuradores-gerais dos três últimos governos dos EUA, incluindo Merrick Garland e William Barr, e também convocou ex-diretores do FBI, como James Comey e Robert Mueller, para prestar depoimentos.
Embora a iniciativa de intimar o Departamento de Justiça tenha partido inicialmente dos democratas, alguns republicanos juntaram-se ao pedido através de uma subcomissão. O deputado Robert Garcia, representante democrata, questionou a opacidade de Trump a respeito da divulgação dos arquivos, enfatizando a urgência da transparência no processo.
A comissão também já tinha emitido uma intimação para o depoimento de Ghislaine Maxwell, antiga parceira de Epstein, que cumpre pena na Florida, mas que foi transferida para um estabelecimento no Texas. James Comer, presidente da comissão, indicou que está disposto a adiar a sua convocação até que o Supremo Tribunal decida sobre um recurso da sua condenação, onde argumenta ter sido processada injustamente.