"Cortes na Saúde: Reações Clamorosas ao Aviso da Direção do SNS"
A Direção Executiva do SNS solicitou cortes orçamentais que podem impactar negativamente a prestação de cuidados de saúde. As reações políticas e profissionais são de preocupação e indignação.
 
          
          
        A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS), sob a direção de Álvaro Almeida, anunciou esta quarta-feira a necessidade de cortes na despesa dos hospitais, uma medida que poderá afetar negativamente a prestação de cirurgias, consultas e outros cuidados essenciais.
A informação, divulgada pelo jornal Público, revela que a decisão foi comunicada durante uma reunião com dirigentes das Unidades Locais de Saúde (ULS), poucos dias após a apresentação da proposta do Orçamento do Estado para 2026 na Assembleia da República.
Questionado sobre o assunto, Álvaro Almeida optou por não comentar.
As diretrizes dadas incluem a redução de gastos com medicamentos, diminuição da produção adicional (como cirurgias fora do horário) e cortes em contratações de pessoal. Num contexto de crescente procura pelo SNS, estas instruções suscitam preocupações e críticas generalizadas.
No plano político, as reações surgiram quase de imediato. José Luís Carneiro, secretário-geral do PS, expressou a sua "incredulidade" face à noticia, sublinhando que tal medida agravará ainda mais a crise na saúde, tendo milhentos utentes sem médico de família e um milhão à espera da primeira consulta. O líder socialista criticou também a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, sugerindo que perdeu a sua "autoridade política" e pediu a sua demissão.
André Ventura, líder do Chega, ressaltou a importância de não haver desinvestimento na saúde, pedindo um consenso político que garanta recursos adequados neste sector. Para ele, a saúde deve estar acima das lutas partidárias e defende que a ministra da Saúde não tem condições para continuar no cargo.
A Iniciativa Liberal manifestou-se contra os cortes, afirmando que eficiência não deve ser sinónimo de restrições sem critério, principalmente quando essas medidas podem prejudicar a qualidade dos cuidados de saúde prestados.
Catarina Martins, candidata presidencial e ex-coordenadora do BE, criticou severamente a medida, considerando-a "um caos", e pediu maior atenção às implicações que estas decisões têm na vida das pessoas.
António José Seguro, também candidato à presidência, comprometeu-se a priorizar a saúde, garantindo que, se eleito, no seu primeiro ano irá focar os seus esforços na salvaguarda do SNS.
A Ordem dos Médicos classificou as instruções do SNS como "lamentáveis" e "miseráveis", alertando que estas podem agravar ainda mais as listas de espera e prejudicar os doentes. A Ordem dos Enfermeiros, por sua vez, defende que as reduções orçamentais não podem comprometer o acesso aos cuidados de saúde e que a gestão dos recursos deve ser mais eficiente.