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EUA e China tentam amenizar disputas, mas futuro do TikTok permanece incerto

Os Presidentes dos EUA e da China chegaram a acordos para reduzir tensões comerciais, mas não lograram resolver a situação da aplicação TikTok, cuja propriedade continua indefinida.

A reunião entre os líderes dos Estados Unidos e da China resultou em várias decisões com o objetivo de mitigar as tensões comerciais entre os dois países. No entanto, o encontro não conseguiu trazer uma solução para a questão da rede social TikTok, cuja propriedade permanece um enigma.

O Ministério do Comércio da China afirmou que está disposto a colaborar com os EUA para resolver os problemas relacionados ao TikTok, mas não forneceu informações sobre qualquer progresso significativo. O governo de Donald Trump havia indicado que um acordo poderia estar próximo, autorizando a continuação das operações da plataforma nos EUA.

No programa Face the Nation da CBS, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, declarou que osPresidentes deveriam avançar na transação durante a quinta-feira, na Coreia. Entretanto, leis aprovadas por maiorias bipartidárias no Congresso e implementadas pelo ex-presidente Joe Biden proíbem o funcionamento do TikTok nos EUA, a menos que a aplicação seja vendida à parte norte-americana, colocando em dúvida seu futuro no país.

Embora o TikTok tenha suspendido os seus serviços temporariamente nos EUA em janeiro, Trump assinou uma ordem executiva no seu primeiro dia de mandato, permitindo a sua operação enquanto tentava finalizar um acordo para a venda da empresa. Desde então, foram assinadas outras ordens executivas, prolongando os prazos sem um enquadramento jurídico claro.

A segunda ordem executiva, anunciada em abril, surgiu em um momento em que a administração estava optimista em criar uma nova empresa com investimentos norte-americanos, um plano que foi abortado quando a China decidiu desistir das negociações em resposta ao aumento das tarifas impostas por Trump.

Os prazos estabelecidos para junho e setembro passaram sem uma solução. Trump afirmou que o TikTok poderia continuar a operar se atendesse aos requisitos de segurança nacional. O ex-Presidente propôs que um consórcio de investidores estadunidenses comprasse a aplicação da ByteDance, necessitando do consentimento de Pequim para tal.

Bonnie Glaser, diretora do programa Indo-Pacífico no German Marshall Fund, destacou que o TikTok não é prioridade para o Presidente chinês, Xi Jinping. Em declarações à imprensa, Glaser referiu que a China parece contente que Trump possa anunciar um acordo, mas questionou a eficácia do mesmo na proteção dos dados dos cidadãos americanos.

O debate em torno da segurança nacional é fundamentado no algoritmo de recomendação do TikTok, que organiza os conteúdos apresentados aos utilizadores. A China mantém que este sistema deve permanecer sob gestão chinesa, enquanto a legislação norte-americana estipula que qualquer venda deve cortar laços com a ByteDance.

As autoridades dos EUA têm expressado preocupação de que o referido algoritmo poderia ser manipulado para fins políticos ou de espionagem, embora até agora não tenham apresentado provas concretas de tal ocorrência. Um estudo recente do Pew Research Center apontou que 43% dos adultos americanos com menos de 30 anos utilizam o TikTok regularmente para se informar, uma percentagem superior à encontrada noutros serviços como o YouTube, Facebook ou Instagram.

Por outro lado, um inquérito recente revelou que cerca de um terço dos americanos apoia a eventual proibição do TikTok, uma percentagem que diminuiu em relação aos 50% registrados em março de 2023. Entre os que favorecem a proibição, aproximadamente 80% mencionam preocupações com a segurança dos dados como principal razão para tal posição.

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