Hamas condiciona acesso a reféns à criação de corredores humanitários
Movimento palestiniano exige abertura de rotas para assistência humanitária antes de permitir acesso do CICV aos reféns israelitas.

O Hamas, através das suas Brigadas Al-Qassam, declarou que autorizará o acesso do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) aos reféns israelitas apenas se forem estabelecidos corredores humanitários que permitam a passagem de alimentos e medicamentos ao povo palestiniano. Num comunicado, o grupo islamita sublinhou que está "pronto para responder positivamente" a qualquer pedido da Cruz Vermelha, desde que sejam cumpridas as suas condições.
O Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apelou ao CICV para que fornecesse alimentação e assistência médica aos reféns, enquanto o Hamas divulgou um vídeo com o refém Evyatar David, que aparece debilitado e em condições precárias, intercalado com imagens de crianças subnutridas em Gaza, insinuando que o governo israelita é responsável pela situação de fome entre os palestinianos.
Dois reféns, Evyatar David, de 24 anos, e Rom Braslavski, de 22, foram capturados durante um festival de música e, até agora, são considerados entre os 20 reféns ainda vivos. A recente ofensiva de Israel contra Gaza já causou mais de 60.000 mortos e cerca de 149.000 feridos, a maioria civis, desde o início dos ataques em resposta ao ataque do Hamas a 7 de outubro de 2023.
A ONU alerta para uma crise humanitária sem precedentes na região, com mais de 2,1 milhões de pessoas a enfrentarem uma "situação de fome catastrófica". As tropas israelitas têm sido alvo de acusações de utilizar a fome como uma arma de guerra, uma alegação que o governo israelita rejeitou sem fornecer justificação.
Após um curto cessar-fogo, o exército israelita intensificou as suas operações em Gaza, prometendo "pausas táticas" para a entrega de ajuda humanitária, mas relatos indicam que ataques continuam a ocorrer mesmo durante esses períodos. A situação continua crítica, com muitas vidas em perigo.