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Indústria Automóvel em Alerta: Produção Pode Ser Suspensa

A ACEA expressa preocupação sobre interrupções na produção automóvel na Europa devido à falta de microchips, agravada pela proibição das exportações da Nexperia.

A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) emitiu um aviso alarmante sobre a possibilidade de algumas empresas do setor automóvel interromperem a produção nos próximos dias. Este cenário resulta da escassez de microchips, especialmente após a proibição das exportações pela empresa chinesa Nexperia.

Num comunicado divulgado recentemente, a ACEA sublinhou a sua preocupação crescente relativamente à "interrupção iminente da produção" de veículos na Europa devido à limitação no fornecimento de microchips essenciais, que são fundamentais na manufatura das unidades de controlo dos sistemas elétricos dos automóveis.

A diretora-geral da ACEA, Sigrid de Vries, declarou: "A situação torna-se cada vez mais crítica para a indústria automóvel", referindo que os fabricantes estão a esgotar as suas reservas de microchips. Alguns já projetam "paragens iminentes" nas suas linhas de montagem, com a possibilidade de interrupções ocorrerem em apenas alguns dias.

Sigrid de Vries apelou aos intervenientes para que "redobrem os seus esforços para encontrar uma solução diplomática para esta situação crítica". Apesar da existência de fornecedores alternativos, a ACEA indicou que levará "vários meses" para que estes consigam desenvolver a capacidade necessária para substituir o fornecimento em falta. Entre os membros da associação estão marcas reconhecidas como BMW, Renault, Stellantis, Daimler, Mercedes e Volkswagen.

A proibição das exportações da Nexperia para a Europa sucedeu a uma intervenção dos Países Baixos, que implementaram uma lei de emergência para proteger a sua filial, anteriormente holandesa, da transferência de conhecimento para a China, provocando a retaliação por parte da companhia asiática.

Por outro lado, a Bosch de Braga anunciou que entrará em 'lay-off' a partir de novembro e até, possivelmente, abril de 2026, afetando 2.500 colaboradores. Esta decisão foi motivada pela falta de componentes eletrónicos.

A Coindu, uma indústria de componentes têxteis para o setor automóvel, também revelou que recorrerá ao segundo despedimento coletivo em 2023, após a rescisão de 123 trabalhadores em maio, devido à diminuição das encomendas no setor.

Com a situação a estabelecer um impacto severo em várias empresas, a reestruturação parece inevitável para enfrentar os desafios do mercado automóvel nos próximos tempos.

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