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Líbano critica Israel por aumentar agressões em vez de dialogar

O presidente libanês, Joseph Aoun, denunciou hoje que Israel opta pela força em vez de aceitar negociações, após um ataque aéreo que resultou na morte de um civil no sul do Líbano.

O Presidente do Líbano, Joseph Aoun, fez duras acusações contra Israel no dia em que um ataque aéreo israelita resultou na morte de um homem no sul do país. Aoun sublinhou que Israel continua a responder a propostas de diálogo com agressões, evidenciando a escalada da tensão entre os dois países.

Em declarações feitas durante um encontro em Beirute com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Johann Wadephul, Aoun reiterou a disposição do Líbano para iniciar conversações que visem o fim da ocupação israelita. Contudo, expressou a sua frustração, afirmando que tais discussões "exigem uma vontade recíproca, que claramente não existe".

O ataque aéreo de hoje em Kounine, que vitimou um motociclista, foi apenas mais um episódio da contínua violência na região, apesar do cessar-fogo instaurado em novembro de 2024, que deveria ter trazido estabilidade. Desde o começo do mês, segundo dados do Ministério da Saúde libanês, já se registaram pelo menos 25 mortes devido a ataques israelitas, incluindo um sírio.

Aoun apelou à comunidade internacional, incluindo a União Europeia e os Estados Unidos, para exercerem pressão sobre Israel a fim de que cumpra o acordo de cessar-fogo. Ele enfatizou que as negociações têm como objetivo recuperar território, libertar prisioneiros e garantir a retirada total de tropas israelitas, enquanto Israel responde com mais agressões. "A nossa luta é pela dignidade e soberania do Líbano," referiu.

O exército israelita justificou o ataque afirmando que tinha como alvo um responsável pela manutenção de infraestruturas do Hezbollah, um movimento que, segundo Aoun, se encontra enfraquecido, mas ainda conta com o apoio do Irão. O governo libanês continua a trabalhar na implementação da decisão que visa colocar todas as armas sob controle estatal, apesar da pressão externa para desmantelar o Hezbollah.

O conflito na região remonta ao início de outubro de 2023, após a invasão de Israel à Faixa de Gaza, e resultou em consequências devastadoras para o Líbano, com relatos de mais de 4.000 mortos e cerca de 17.000 feridos até ao momento, segundo a agência Anadolu.

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