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Mães e amamentação: Ordem dos Médicos alerta para a proteção dos direitos

Bastonário da Ordem dos Médicos defende que as mães não devem ser punidas por um suposto incumprimento, exigindo uma abordagem mais justa na legislação da amamentação.

há 3 horas
Mães e amamentação: Ordem dos Médicos alerta para a proteção dos direitos

No contexto das propostas do Governo para reformar a dispensa de amamentação, o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, sublinhou a importância de não penalizar mães e crianças por “suposto incumprimento” de uma minoria. Em comunicado, enfatizou que as decisões que afetam a lei laboral devem refletir o papel fundamental das mulheres e das crianças, promovendo a natalidade e garantindo o bem-estar das famílias.

A Ordem dos Médicos defende uma abordagem que seja “justa, ética, inclusiva e igualitária”, pedindo que se protejam os direitos das mães e das crianças sem prejudicar a lógica legislativa. Cortes alertou ainda para a necessidade de evitar retrocessos que priorizem a produtividade em detrimento do bem-estar infantil.

O parecer do Colégio de Pediatria, que surgiu como resposta à proposta governamental sobre os direitos laborais relativos à amamentação, sugere uma implementação de direitos que protejam a amamentação até aos dois anos de idade. Segundo este parecer, o direito à amamentação deve ser garantido automaticamente até aos 12 meses e, entre os 12 e 24 meses, mediante uma declaração de compromisso que substitui o atestado médico.

A Ordem dos Médicos reafirmou também a necessidade de respeitar e dignificar o papel da mulher na sociedade, assegurando que os direitos das crianças não sejam comprometidos, especialmente em fases tão cruciais para o seu desenvolvimento.

Recentemente, o Governo apresentou um anteprojeto de reforma legislativa que tem gerado controvérsia. Com as novas regras, as mães que desejarem amamentar em casa precisarão apresentar um atestado médico à entidade empregadora desde o início da dispensa, sendo obrigadas a comprovar a situação a cada seis meses. Além disso, a proposta limita o direito de ausência para amamentação até os dois anos da criança, quebrando a atual legislação que não impõe tal limitação.

Em uma entrevista recente, a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, mencionou a existência de abusos por parte de algumas mães no uso deste direito, referindo-se a “muitas práticas abusivas” que envolvem a utilização do tempo de amamentação para redução de horário de trabalho. Entretanto, reportagens indicam que o Governo não dispõe de dados concretos sobre a extensão desses abusos.

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