Política

Mariana Mortágua e os desafios da liderança: o impacto do machismo na política

Fernando Rosas, do Bloco de Esquerda, critica os ataques direcionados a Mariana Mortágua, relacionando-os com preconceitos de género e debatendo as consequências para o futuro do partido nas próximas eleições.

Na sua mais recente entrevista, o historiador e ciente fundador do Bloco de Esquerda, Fernando Rosas, aborda a atual situação política em Portugal, pondo em evidência a crítica à liderança de Mariana Mortágua, que anunciou que não se recandidata às próximas eleições. Rosas aponta para “erros graves” cometidos pela direção do partido, mas também destaca que os ataques a Mortágua são em grande parte motivados pelo seu género e pela sua juventude, afirmando que "se fosse homem, não teria sido alvo de semelhante ataque".

Rosas, que tentou minorar os danos na recente corrida legislativa sem sucesso, justificou a decisão de Mortágua, considerada por ele, "justificada" e não influenciada por terceiros. Observou que o Bloco de Esquerda enfrentou "duas derrotas eleitorais significativas", ressaltando que a resposta do partido não se mostrou eficaz ao contrabalançar a crescente influência da extrema-direita.

Considerando que o partido atravessa um período delicado, Rosas sublinha a necessidade de que a nova liderança, a ser escolhida em novembro, encontre soluções para os problemas que afetam os cidadãos, especialmente no que toca à saúde e ao mercado laboral. Ele sublinha que a incapacidade de resolver essas questões alimenta a insatisfação que dá força à demagogia populista da extrema-direita.

Por outro lado, ao comentar as próximas eleições presidenciais, Rosas expressou ceticismo quanto à capacidade de António José Seguro de unir a Esquerda, criticando a estratégia do Partido Socialista e lamentando a ausência de um candidato forte que possa galvanizar as forças de esquerda. Ele questionou as sequências eleitorais futuras, apontando para uma divisão que não só afeta a Esquerda mas também a Direita, o que poderá tornar a campanha "uma incógnita".

Complete-se que a escolha para o novo presidente da República acontecerá a 18 de janeiro, conforme anunciado pelo atual presidente, Marcelo Rebelo de Sousa. A época eleitoral intensifica-se com a previsão de vários debates ao longo do mês, onde será fundamental observar as dinâmicas entre os candidatos.

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