Meta solicita apoio da Irlanda contra regulamentações de dados na UE
A Meta fez um apelo ao Governo da Irlanda para liderar a resistência às leis de proteção de dados da UE, alegando que a sua aplicação está excessivamente restritiva.
 
          
          
        A Meta, a gigante tecnológica responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp, pediu ao Governo irlandês que se torne o líder da oposição nas regulamentações de proteção de dados da União Europeia (UE). Este pedido foi revelado pelo jornal "The Irish Times", que teve acesso a uma carta enviada por Erin Egan, vice-presidente e diretora de privacidade da Meta, ao ministro da Justiça irlandês, Jim O'Callaghan, no dia 23 de maio.
Na sua correspondência, a Meta expressa a preocupação de que a interpretação das normas comunitárias relativas à privacidade e proteção de dados pelos reguladores está "completamente fora de controlo". De acordo com Egan, os atuais "regimes de proteção de dados e privacidade" precisam de uma "revisão fundamental", ressaltando que a Irlanda, sede de muitas empresas tecnológicas, deve desempenhar um papel crucial neste processo.
A diretora de privacidade também alertou que as regulamentações estabelecidas nos últimos anos, destinadas a definir limites para as grandes empresas no espaço digital, têm sufocado a inovação e gerado incerteza entre os prestadores de serviços. Egan mencionou que a Meta já havia informado as autoridades sobre os seus planos de utilizar publicações públicas no Facebook e Instagram para treinar modelos de inteligência artificial.
Ela elogiou ainda a reação favorável da Comissão de Proteção de Dados da Irlanda (DPC), um dos principais reguladores do setor na UE, face aos desafios impostos pela DPC da Alemanha. Egan enfatizou a urgência da reforma do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD), esperando que o Governo de Dublin trabalhasse com o comissário europeu da Justiça, Michael McGrath, e outros parceiros para abordar a "ineficácia" do atual quadro de proteção de dados. "Agradecemos o vosso apoio a estas mudanças e o vosso trabalho de defesa a nível europeu para as concretizar", concluiu Egan.