Moçambique enfrenta aumento de casos de mpox com novas medidas de contenção
Com a confirmação de mais dois casos de mpox na província de Manica, autoridades de saúde intensificam vigilância e anunciam recebimento de vacinas em setembro.

Nos últimos relatórios de saúde, Moçambique registou mais dois casos de mpox nas últimas 24 horas, ambos na província de Manica, que se torna assim a terceira a apresentar doentes confirmados. Com estes novos casos, o total acumulado subiu para 31 em apenas três semanas, além de 185 indivíduos considerados suspeitos, segundo as informações divulgadas pelas autoridades de saúde.
O boletim diário, divulgado pela Direção Nacional de Saúde Pública e consultado pela Lusa, abrange dados desde 11 de julho até 04 de agosto e indica que, felizmente, até agora não se registaram óbitos relacionados com a doença, que permanece sem letalidade.
Os novos casos estão localizados nos distritos de Chimoio e Machaze e, durante o mesmo período, foram reportados 13 novos suspeitos em várias regiões, incluindo Niassa, Gaza e na cidade de Maputo. No total, as autoridades de saúde contabilizam 28 casos no Niassa, dois em Manica e um na província de Maputo.
Em resposta ao aumento de casos, o Governo moçambicano anunciou que estará a receber vacinas em setembro para garantir um estoque e enfrentar de forma preventiva a propagação do mpox. O porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, explicou que estas vacinas serão utilizadas conforme necessário.
As autoridades implementaram também um reforço na vigilância nas fronteiras, onde equipas de rastreio e testagem foram mobilizadas para controlar a disseminação do vírus. O diretor Nacional de Saúde Pública frisou que, apesar de não haver restrições de mobilidade, o foco tem estado em intensificar a vigilância nas áreas transfronteiriças para mitigar riscos.
De acordo com Quinhas Fernandes, o rastreio comunitário é uma das principais estratégias para travar a propagação. Contudo, ele reconheceu que as fronteiras informais representam um grande desafio, dificultando a fiscalização total contra a doença.
As autoridades sanitárias afirmaram que Moçambique tem capacidade para realizar 4.000 testes localmente, tendo já utilizado mais de 150 desses testes neste surto. Vale lembrar que a mpox é uma doença viral zoonótica que foi identificada pela primeira vez em 1970, na República Democrática do Congo. Desde o início do surto na região da África Austral, em 1 de janeiro, foram relatados 77.458 casos em 22 países, com 501 mortes.
O primeiro caso de mpox em Moçambique foi registado em outubro de 2022, em Maputo. O coordenador do COESP, órgão da Direção Nacional de Saúde Pública, destaca que a atual capacidade de testagem nas províncias, com 4.000 testes disponíveis, representa um avanço significativo em relação a anos anteriores.