Polémica sobre o Chega: André Ventura responde a pedido de extinção do partido
O líder do Chega, André Ventura, contrapõe ao advogado que deseja extinguir o partido, afirmando que a democracia deve permitir o confronto de ideias sem censura.
 
          
          
        André Ventura, o presidente do Chega, reagiu esta quinta-feira ao pedido do advogado António Garcia Pereira para que o partido fosse extinto, afirmando que "nos últimos 50 anos, em nenhum país da Europa se extinguiu o líder da oposição". Esta declaração foi feita em resposta à queixa apresentada por Garcia Pereira ao Ministério Público, instando a que sejam acionados mecanismos legais para dissolver o Chega.
Em declarações à imprensa na Assembleia da República, Ventura destacou que "extinguir um opositor não é a forma de promover a democracia ou a pluralidade de ideias". Defendendo o seu partido, o líder do Chega lamentou que existam pessoas que tentem silenciar as vozes discordantes, o que, segundo ele, é uma ameaça aos princípios democráticos.
"Este tipo de atitude demonstra um enviesamento político em Portugal", criticou Ventura, referindo-se aos que acusam o seu partido de racismo por defender que todos devem cumprir as leis do país.
O presidente do Chega também sublinhou a sua disposição para dialogar com os seus adversários políticos, reafirmando que sempre preferiu a discussão ao silenciamento. "Não quero ilegalizar ninguém, quero debater", afirmou, referindo a sua oposição ao PCP e ao PS, mas sem intenções de os banir da cena política.
O advogado António Garcia Pereira, por sua vez, não só pede a extinção do Chega, como também solicitou um inquérito contra André Ventura e outros dirigentes do partido, argumentando que o Chega viola a Constituição ao promover discursos que, segundo ele, incitam ao ódio. O advogado argumentou que a Constituição não aceita "organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista".
Paralelamente, o movimento SOS Racismo também apresentou uma queixa-crime contra André Ventura e outros membros do Chega, ligando-os a atos de discriminação e incitamento à violência, especialmente em reação à instalação de cartazes controversos que visam as comunidades cigana e do Bangladesh. Durante os últimos dias, várias associações ciganas e a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial já apresentaram queixas no Ministério Público contra estas mensagens.