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Protesto em Londres resulta em 466 detenções por apoio à Palestine Action

A manifestação em Londres, a favor da Palestina e da proibida organização Palestine Action, culminou em 466 detenções, conforme revelou a Polícia Metropolitana.

09/08/2025 23:10
Protesto em Londres resulta em 466 detenções por apoio à Palestine Action

Na sequência de uma manifestação em Londres a favor da Palestine Action, uma organização actualmente considerada "terrorista" e proibida no Reino Unido desde julho, o número de detenções subiu para 466, conforme reportado pela Polícia Metropolitana de Londres através da rede social X.

Além dessas, foram efetuadas oito detenções adicionais relacionadas com outros crimes, sendo cinco delas por agredirem agentes da polícia, embora sem ferimentos graves. Desde que a Palestine Action foi interditada, conforme a Lei Antiterrorismo de 2000, qualquer forma de apoio ou participação na organização é considerada um crime, podendo resultar em penas até 14 anos de prisão.

Os representantes legais da Palestine Action afirmam que esta proibição é um "abuso autoritário" do poder, uma ideia que ganhou destaque na cobertura mediática, incluindo uma análise da rádio BBC.

A proibição foi impulsionada pelo governo de Keir Starmer após um incidente em que ativistas grafitaram aviões militares numa base aérea. Durante a manifestação de hoje, a polícia começou a deter indivíduos que exibiam cartazes com a mensagem "Oponho-me ao genocídio, apoio a Palestine Action". De acordo com testemunhos da agência France-Presse (AFP), os manifestantes também levantaram outros gritos como "Agir contra o genocídio não é crime" e "Palestina Livre".

Os detidos não resistiram à polícia e muitos deles ergueram o sinal de "V" de vitória, recebendo aplausos dos restantes manifestantes presentes. O governo britânico continua a afirmar que os apoiantes da Palestine Action "ignoram a verdadeira natureza" da organização.

Em julho, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, declarou que o Reino Unido reconheceria a Palestina em setembro, a menos que Israel fizesse certos compromissos. Starmer juntou-se a líderes internacionais que condenaram a estratégia do governo israelita de avançar com a ocupação da Cidade de Gaza e a deslocação da sua população, uma medida que visa eliminar o Hamas e recuperar reféns.

O chefe do governo alertou que essas acções apenas resultarão em mais sangue derramado e não ajudarão a resolver o conflito ou a libertar os reféns. Israel, por sua vez, tem imposto um bloqueio ao Gaza, limitando a ajuda humanitária que chega à população, que se tem apoiado apenas numa fundação obscura com ligações a Telavive e Washington desde maio. As autoridades palestinianas relatam que mais de 200 pessoas já faleceram de fome ou subnutrição na Faixa de Gaza nas últimas semanas, com cerca de metade dessas vítimas a serem crianças.

O conflito actual teve início após os ataques do Hamas a 7 de outubro de 2023, que resultaram na morte de aproximadamente 1.200 israelitas e no sequestro de cerca de 250 pessoas. Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar massiva que, segundo as autoridades locais, já causou mais de 61 mil mortos e a devastação significativa das infraestruturas na Faixa de Gaza, levando à deslocação de centenas de milhares de pessoas.

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