Zelensky exigido nas negociações entre Trump e Putin
Líderes europeus clamam pela inclusão da Ucrânia nas discussões entre EUA e Rússia, antes da cimeira agendada para sexta-feira no Alasca.

Na véspera da cimeira entre Donald Trump e Vladimir Putin, que ocorrerá na próxima sexta-feira no Alasca, líderes europeus manifestaram a necessidade de que a Ucrânia faça parte das negociações entre as duas potências. Apesar da expectativa de que os presidentes discutam um caminho para a paz no conflito ucraniano iniciado pelo Kremlin em fevereiro de 2022, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não foi convidado.
Zelensky tem requisitado o apoio dos seus aliados europeus para uma abordagem unificada, e a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, anunciou hoje uma "reunião extraordinária" marcada para segunda-feira. Este encontro virtual contará com a participação dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE e do seu homólogo ucraniano, tendo como objetivo discutir os próximos passos a ser tomados.
Kaja Kallas destacou que "o presidente Trump está certo ao afirmar que a Rússia deve encerrar a sua guerra contra a Ucrânia. Os EUA possuem a capacidade de pressionar a Rússia a entrar em negociações sérias". Contudo, defendeu que "qualquer acordo entre os EUA e a Rússia deve envolver a Ucrânia e a UE", sublinhando a relevância deste tema como uma questão de segurança que afeta não só a Ucrânia, mas toda a Europa.
As afirmações de Kallas foram endossadas por diversos líderes europeus, incluindo o chanceler alemão Friedrich Merz, que afirmou: "É inaceitável que as questões territoriais sejam discutidas ou decididas entre a Rússia e os EUA sem a consulta aos europeus e ucranianos". Os líderes da França, Alemanha, Itália, Polónia, Reino Unido e Finlândia, acompanhados pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já haviam alertado para a mesma necessidade, insistindo que "o caminho para a paz na Ucrânia não pode ser definido sem a presença da Ucrânia".
Ainda, os países nórdicos e os Bálticos, nomeadamente Dinamarca, Estónia, Finlândia, Islândia, Letónia, Lituânia, Noruega e Suécia, reafirmaram que não deve haver "nenhuma decisão sobre a Ucrânia sem a Ucrânia e nenhuma decisão sobre a Europa sem a Europa".