PS opta pela abstenção para promover a estabilidade governativa
O secretário-geral do PS afirmou que a abstenção no Orçamento visa evitar que o Governo tenha desculpas para não cumprir os compromissos com a população.
 
          
          
        Durante uma interação com estudantes na Escola Secundária António Damásio, em Lisboa, o secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, abordou a escolha do seu partido de se abster na votação do Orçamento para 2026. Ele destacou que a abstenção foi uma forma de evitar que o Governo "encontre desculpas" para não cumprir as suas obrigações e compromissos.
"O nosso objetivo não é bloquear o Governo ou o país. Desejamos que o Governo exerça a sua legitimidade, resultante da maioria eleitoral, para responder às necessidades da sociedade. O PS pretende destacar-se como uma alternativa credível", afirmou Carneiro.
O líder socialista sublinhou que, segundo o feedback dos cidadãos, a população não anseia por uma nova crise política, mas sim por uma estabilidade que permita ao Governo desenvolver políticas eficazes.
Carneiro argumentou que um voto contra, por parte de um partido responsável na oposição, daria ao Governo a oportunidade de se justificar como vítima do bloqueio opositor. Contudo, o PS posiciona-se como um partido que oferece soluções.
Além disso, o secretário-geral do PS recordou que o Governo atendeu à exigência do partido de retirar questões políticas do Orçamento. No entanto, deixou claro que o PS continua a criticar a proposta, especialmente pela falta de credibilidade nas previsões orçamentais, como o anunciado corte de 10% nas despesas de saúde, o qual considerou altamente duvidoso.
"Todos sabemos que é irrealista prever um corte de 10% na saúde", afirmou, referindo-se a orientações para reduzir consultas e cirurgias que têm surgido nas notícias.
Carneiro reiterou que o Governo dispõe de um ano até ao final de 2026 para dar respostas em áreas cruciais como habitação, saúde e rendimentos, e garantiu que o PS continuará a criticar políticas com as quais discorda e a apresentar propostas alternativas.
No que respeita à habitação, o secretário-geral enfatizou a necessidade de implementar construções modulares e um Plano Nacional para construir casas a custos controlados, para fazer face à emergência habitacional. "O Governo promete 130 mil casas, mas temo que a promessa se desfaça tal como ocorreu com as escolas", concluiu.