Política

Reconhecimento da Palestina pelo Governo é visto como passo necessário, embora tardio

O Livre aponta que a decisão do Governo de reconhecer a Palestina surge mais por pressão externa do que por iniciativa própria e critica a demora no reconhecimento.

31/07/2025 18:15
Reconhecimento da Palestina pelo Governo é visto como passo necessário, embora tardio

O partido Livre expressou a sua opinião sobre a recente decisão do Governo de considerar o reconhecimento do Estado da Palestina, classificando-a como "necessária, mas tardia". Jorge Pinto, deputado do Livre, destacou que essa medida resulta "quase mais por pressão exterior" e do desejo dos cidadãos do que por uma iniciativa proativa do executivo.

"É uma decisão positiva, mas chegou tarde. Várias oportunidades foram perdidas, e isso se aplica também a administrações passadas", afirmou Jorge Pinto à Lusa. Ele recordou que, em 2015, durante as eleições em que o Livre se apresentou, foi o único partido a enfatizar que o reconhecimento da Palestina como um Estado livre e independente seria uma condição para apoiar um governo de esquerda.

Pinto salientou que a pressão internacional, especialmente por parte da França, parece ter forçado o Governo a agir, uma vez que a falta de reconhecimento não era mais viável. "O que vemos agora é uma decisão que ocorre sob pressão externa, e não necessariamente por uma vontade própria do Governo", acrescentou.

O deputado também chamou a atenção para a relevância da pressão dos cidadãos neste processo. "O reconhecimento, se concretizado – e eu estou otimista quanto a uma maioria parlamentar a apoiá-lo – é vital, mas não é suficiente", alertou.

Ele enfatizou que o Livre tem defendido propostas como um embargo à exportação de armas para Israel e a suspensão do acordo comercial entre a União Europeia e Israel. Além disso, fez um apelo à responsabilização judicial dos envolvidos em crimes de guerra e genocídio em Gaza por parte de Israel, semelhante a casos em outras situações.

O Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, anunciou que irá consultar o Presidente da República e os partidos na Assembleia da República para considerar a adesão ao reconhecimento do Estado palestiniano na próxima Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro. "O Governo vai promover alocuções com o Presidente da República e partidos com representação parlamentar para avaliar o reconhecimento do Estado palestiniano, num processo que poderá ser readaptado durante a 80.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque", declarou Montenegro.

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