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SEP critica Governo: A confiança na saúde pública está a desvanecer

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses desafia as declarações do primeiro-ministro sobre a não existência de cortes no SNS, destacando a crescente insatisfação dos profissionais.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) classifica como "inadmissível" o recente anúncio do Governo sobre cortes no Serviço Nacional de Saúde (SNS), contradizendo as afirmações do primeiro-ministro, Luís Montenegro. "A confiança nas suas palavras já se esvaiu", sublinha o sindicato em comunicado.

Após Montenegro ter afirmado que, apesar de buscar maior eficiência na área da saúde, não existem cortes, surgiram preocupações após notícias do jornal Público. Consta que a Direção Executiva do SNS terá orientado os hospitais a reduzir despesas, o que resultará em atrasos em consultas e cirurgias. O primeiro-ministro refutou a ideia de "corte", afirmando que "não há nenhuma orientação nesse sentido".

O SEP contesta essas declarações, apontando que as terminologias comuns, como a eficiência ou a contenção de desperdícios, não refletem a realidade vivida pelas instituições do SNS, que enfrentam constrangimentos em 2025.

O sindicato destaca a ausência de aprovação dos Planos de Desenvolvimento Organizacional e a consequente impossibilidade de abrir concursos para categorias superiores. Além disso, os profissionais de saúde lutam com a escassez de materiais e a falta de substituição de equipamentos depreciados.

Acrescenta ainda que problemas nos sistemas informáticos afetam a operacionalidade das organizações e que relatórios cruciais sobre a política do medicamento não estão disponíveis há dois anos, limitando o acesso a informações sobre gastos com medicamentos inovadores e genéricos.

O SEP critica a falta de medidas eficazes do Governo para reter e atrair profissionais de saúde, afirmando que as iniciativas propostas apenas pioram as condições de trabalho. Com a previsão de corte no orçamento da saúde e as declarações do ministro das Finanças indicando que a contratação de mais trabalhadores é um desperdício, o sindicato alerta que medidas governamentais afetarão ainda mais o Estado Social.

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