Shenzhou-21 realiza acoplagem recorde à estação Tiangong com três taikonautas
A nave Shenzhou-21, com três taikonautas, acoplou-se à estação Tiangong, estabelecendo um novo recorde de velocidade. Os astronautas iniciarão uma missão de cinco dias com pesquisa científica.
A nave espacial chinesa Shenzhou-21 conseguiu realizar a acoplagem ao módulo central Tianhe da estação espacial Tiangong na manhã de hoje, com três taikonautas a bordo. A confirmação foi feita pela Agência Espacial de Missões Tripuladas (AEMT) da China.
O processo de acoplamento foi concluído às 03h22, hora local, apenas três horas e meia após o lançamento do Canto de Lançamento de Satélites de Jiuquan, o que marca um novo recorde para a China em operações de acoplamento entre a nave Shenzhou e a sua estação. O lançamento ocorreu às 23h44 (hora local) de sexta-feira, impulsionado por um foguetão Long March-2F Y21, que executou uma manobra de “encontro e acoplamento rápido”, reduzindo para metade o que era um tempo médio de seis horas e meia.
Às 04h58 (hora local), os taikonautas Zhang Lu, Wu Fei e Zhang Hongzhang abriram a escotilha e foram recebidos pela tripulação da Shenzhou-20, num feito descrito como o sétimo “encontro espacial” da histórica missão tripulada da China. Os seis astronautas convivem e trabalham juntos na Tiangong durante aproximadamente cinco dias, até que os membros da missão anterior regressem à Terra.
Zhang Lu, veterano da missão Shenzhou-15, lidera a nova tripulação, acompanhada por Wu Fei e Zhang Hongzhang, sendo este último o membro mais jovem da equipe, com apenas 32 anos.
Os taikonautas têm à sua espera uma estadia activa de seis meses na estação, onde se prevê a realização de 27 projetos científicos inovadores. As missões incluem o uso de um novo traje extraveicular, tratamento de ratos para estudos biológicos e o tão aguardado primeiro churrasco em órbita.
Adicionalmente, a tripulação irá instalar dispositivos para a proteção contra detritos espaciais e módulos de carga externa, além de realizar atividades educativas e de divulgação do seu trabalho a partir do espaço.
A estação Tiangong, ou "Palácio Celestial", como é conhecida em chinês, foi projetada para uma operação mínima de dez anos e poderá tornar-se a única estação espacial habitada quando a Estação Espacial Internacional se retirar, o que está previsto para o final desta década.
A China também informou esta semana que os preparativos para o seu programa de exploração lunar com astronautas estão a avançar conforme planeado, com o objetivo de realizar uma alunagem antes de 2030.
Nos últimos anos, Pequim tem dinamizado o seu programa espacial, realizando missões significativas, como a aterragem da sonda Chang'e 4, na face oculta da Lua, e a chegada ao planeta Marte com a missão Tianwen-1. Há ainda planos para a construção de uma base científica no polo sul lunar, em colaboração com outros países.