Trump critica Brasil e Lula rebate com firmeza sobre a relação comercial
Em nova troca de farpas entre Trump e Lula, o presidente brasileiro defende a imagem do país e desmente acusações de seu homólogo norte-americano.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o seu colega brasileiro, Lula da Silva, voltaram a trocar acusações numa discussão acesa que teve início esta quinta-feira. Trump designou o Brasil de "péssimo parceiro comercial", alegando que as enormes tarifas impostas pelo país dificultam as relações comerciais entre os dois. Lula, prontamente, desmentiu essas afirmações, assegurando que o Brasil "não ficará de joelhos" em relação aos Estados Unidos.
Esta controvérsia surgiu quando Trump, ao ser questionado por jornalistas na Casa Branca, criticou as tarifas cobradas pelo Brasil, afirmando: "Eles cobram-nos tarifas enormes, muito, muito maiores do que as que nós cobramos. E, basicamente, nem estávamos a cobrar nada." Trump alegou que as taxas elevadas tornam as transações comerciais complicadas e referiu mesmo que o Brasil está a ser penalizado com tarifas de 50%.
Além disso, o ex-presidente dos EUA voltou a manifestar apoio a Jair Bolsonaro, que se encontra em prisão domiciliária. "O Brasil tem algumas leis muito más a acontecer... Quando apanham um presidente e o metem na prisão. Eu conheço esse homem e vou dizer-vos — eu sou bom a avaliar pessoas: acho que ele é um homem honesto", comentou Trump, caracterizando a situação de Bolsonaro como uma "execução política".
A resposta de Lula veio rapidamente, onde o presidente brasileiro sublinhou a inveracidade das declarações de Trump. "É mentira quando o presidente norte-americano diz que o Brasil é um mau parceiro comercial. O Brasil é bom, só não vai ficar de joelho para o governo americano", declarou Lula, reafirmando a posição do Brasil frente às ameaças comerciais.
As tarifas de 50% impostas por Trump a vários produtos do Brasil entraram em vigor este mês, no âmbito de um contexto de pressão para a concessão de amnistia a Bolsonaro. Este ambiente de tensão é ainda amplificado por sanções adicionais impostas pelos EUA ao juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes.
Em janeiro de 2023, depois da posse de Lula, manifestantes a favor de Bolsonaro invadiram as sede dos três poderes em Brasília, reivindicando uma suposta fraude eleitoral. Bolsonaro, que se declarou inocente em junho, poderá enfrentar até 40 anos de prisão. Após desrespeitar uma ordem de silêncio nas redes sociais, foi colocado em prisão domiciliária, apesar de ter sido considerado inelegível até 2030. No entanto, o ex-presidente mantém a ambição de se candidatar em 2026.