Angola aumenta as suas exportações de diamantes, mas receita em queda no primeiro semestre
Apesar de um aumento nas exportações de diamantes, Angola enfrenta uma queda significativa nas receitas até junho. O governo destaca a robustez do setor, que continua a ser um pilar da economia.
No primeiro semestre de 2025, Angola produziu 6,8 milhões de quilates de diamantes e exportou 8,18 milhões de quilates, totalizando 790,4 milhões de dólares (680,2 milhões de euros). Este valor representa uma diminuição de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior, apesar de um notável aumento no volume exportado de 108,9% comparado ao primeiro semestre de 2024, conforme anunciou o secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Corrêa Victor.
Até agora, o desempenho da produção de diamantes alcançou 72,3% da meta anual de 14,8 milhões de quilates. Os preços médios de comercialização dos diamantes brutos foram de 96,7 dólares (83,2 euros) por quilate, com os principais mercados de destino a serem os Emirados Árabes Unidos, a Bélgica e Hong Kong, que juntos absorveram mais de 90% das exportações.
Até setembro, a produção já totalizava 10,7 milhões de quilates, com um aumento de 23,2% face ao ano anterior. Jânio Corrêa Victor indicou que as expectativas de comercialização são optimistas, uma vez que se prevê que a produção global de diamantes fique abaixo dos 100 milhões de quilates, quebrando a tendência de crescimento dos últimos dez anos.
O governante angolano destacou que, apesar do "cenário internacional sombrio", o setor diamantífero nacional continua resiliente e essencial para a economia. Angola está a fortalecer a sua posição como fonte atrativa de diamantes brutos de qualidade, trabalhando na ambição de se tornar o maior produtor mundial nesta área.
Miguel Vemba, diretor de Operações Mineiras da Endiama, informou que as produções nas minas de Catoca, Luele, Chitotolo e Cuango têm sido decisivas para alcançar as metas do ano. Durante o período em análise, a Endiama investiu 216,2 milhões de dólares (mais de 186 milhões de euros), a maioria destinada ao projeto Luele, com 171,4 milhões de dólares (147,5 milhões de euros) em contribuições fiscais.
Atualmente, 90% da produção de diamantes em Angola já é rastreada, especialmente através dos projetos de Catoca, Luele e Somiluana, com a meta de alcançar 95% de rastreabilidade até 2026, assegurando assim a autenticidade do "diamante angolano".